VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 30 de março de 2017

TRIBUNAIS DO FAZ DE CONTA

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ZERO HORA 30 de março de 2017 | N° 18806


EDITORIAIS





Passada a primeira e desagradável impressão de que basta mexer em qualquer órgão público para a corrupção aparecer, a investida da Polícia Federal no Tribunal de Contas e na presidência da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro evidencia uma outra mazela nacional: o aparelhamento político dos órgãos fiscalizadores. Nada pode ser mais eloquente para demonstrar os danos dessa política de compadrio nas instituições do que o fato de cinco dos sete conselheiros do TCE fluminense, incluindo seu presidente, terem sido alvo de prisão temporária. Prova de que, na prática, uma nomeação para esses tribunais, muitas vezes, traz ganhos consideráveis aos contemplados, sob a forma de salários e aposentadorias elevados, entre outras benesses, e apenas prejuízo para a sociedade.

O agravante, como se constata agora é que, além de serem favorecidos com um cargo vitalício de assessoria ao Legislativo, os beneficiados nem sequer cumpriam com suas obrigações mínimas. Entre elas, está a fiscalização das contas do Executivo, que no caso do Rio foram aprovadas mesmo quando os sinais de descontrole já eram evidentes, e de contratos e licitações em relação aos quais faziam vista grossa.

O país só tem razões para se preocupar quando integrantes de algumas de suas instituições deixam de lado o seu papel de fiscal para perseguir vantagens indevidas. No caso dos TCEs, ninguém ignora que, muitas vezes, acabam se transformando em cortes de faz de conta, pois seus membros – com exceção dos auditores de carreira – são pessoas indicadas pelos próprios governantes, na maioria das vezes amigos e correligionários.

Assim, viram órgãos totalmente políticos em vez de técnicos. Diante dessa fiscalização viciada, não há como fazer funcionar regras como a Lei de Responsabilidade Fiscal, que deveria frear gastos descontrolados e desvios dos administradores.




RBS BRASÍLIA | Carolina Bahia


Quando o fiscal é corrupto



O escândalo envolvendo os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, infelizmente, não surpreende e tudo indica que está longe de ser um fato isolado. Afinal, como seria possível o desvio de recursos públicos em tantas obras, envolvendo o governo do Estado, sem o envolvimento de quem deveria fiscalizar? E a prisão de cinco conselheiros do TCE/RJ, com base na delação de Jonas Lopes, ex-presidente do próprio tribunal, é apenas o começo. Mais cedo ou mais tarde, também esses conselheiros acusados de corrupção vão contar o que sabem, expondo as entranhas das relações espúrias entre a cúpula do TCE, políticos e empresas. Será um mapa do crime, que servirá como modelo para as investigações da Polícia Federal em outros Estados daqui por diante. É uma excelente oportunidade para que o país discuta o critério de escolha dos integrantes dos tribunais. As indicações políticas, assim como os apadrinhamentos, deveriam ser eliminadas. Conselheiro de TCE ou ministro do TCU deveria ser cargo técnico, independente de compromissos partidários. Já seria um bom começo.

terça-feira, 28 de março de 2017

DIÁRIAS DE VEREADORES DO RS EM 2016 TEVE UM CUSTO DE 14 MILHÕES DE REAIS



ZERO HORA - 28 de março de 2017 | N° 18804


GIOVANI GRIZOTTI


POLÍTICA. Gasto com diárias nas Câmaras do RS foi de R$ 14 milhões em 2016

LEVANTAMENTO DO MP DE CONTAS mostra que municípios do Interior tiveram os maiores custos

Conforme levantamento do Ministério Público de Contas (MPC), as Câmaras de Vereadores das 497 cidades gaúchas custaram juntas, no ano passado, mais de R$ 895 milhões aos cofres públicos. Só em diárias, foram R$ 14 milhões, revelou ontem reportagem do RBS Notícias, da RBS TV.

O estudo aponta o ranking de gastos com diárias. O Legislativo de São Gabriel é o campeão. Consumiu R$ 264 mil – um vereador chega a receber um salário mínimo e meio para participar de curso de quatro dias em Porto Alegre. Ao pesquisar no site do Tribunal de Contas do Estado, a reportagem descobriu casos de parlamentares não reeleitos que fizeram cursos depois da eleição de outubro, mesmo sabendo que o mandato terminaria em poucas semanas. Caio Rocha (PP), por exemplo, recebeu R$ 1,4 mil para frequentar um simpósio em novembro na Capital.

– Não sou (candidato) agora (em 2016), mas posso ser na próxima (eleição) – justifica Rocha.

FISCALIZAÇÃO PODE EVITAR DISTORÇÕES

Para o procurador-geral do MPC, Geraldo da Camino, os cidadãos devem acompanhar mais de perto a preparação do orçamento das Câmaras, podendo evitar desembolsos excessivos:

– Esses gastos ocorrem porque a população não se atenta à fiscalização da execução do orçamento. O controle social é o mais importante e o mais legítimo.

O presidente da União dos Vereadores do RS (Uvergs), Silomar Garcia, também afirma que cidadãos não costumam participar das audiências para discutir os gastos:

– Sabemos que existe discrepância, distorção dos valores, mas a comunidade também é culpada. A Lei de Responsabilidade Fiscal prevê audiências públicas para debater a elaboração do orçamento, e a comunidade não comparece.

A fiscalização poderia evitar distorções como a verificada em Triunfo. Com nove vereadores e uma sessão por semana, a Câmara custou R$ 9,7 milhões no ano passado, a maior parte com cargos de confiança (CCs). É mais do que o total de gastos do hospital da cidade, que atendeu no mesmo período quase 29 mil pessoas e corre o risco de fechar por falta de recursos. O presidente da Câmara, Marcelo Wadenphul (PMDB), promete reduzir os dispêndios em 2017:

– A gente pretende devolver em torno de R$ 2 milhões este ano. Já foram devolvidos R$ 300 mil e assinamos a devolução de outros R$ 600 mil.

Hoje, há mais de 40 CCs na Câmara de Triunfo. O próprio presidente não consegue lembrar, com exatidão, quantos assessores tem.

– Se não me falha a memória, acho que são seis. Cinco. Acho que é por aí – afirma Wadenphul.

sábado, 25 de março de 2017

A ARMADILHA DA LISTA FECHADA

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ZERO HORA 25 de março de 2017 | N° 18802



EDITORIAL





O ex-ministro do STF Ayres Britto diz que o modelo de lista fechada é incompatível com a Constituição e equivale a substituir a democracia pela partidocracia.

Adotado por cerca de 30 países no mundo, o modelo eleitoral da escolha por lista fechada, pelo qual os eleitores votam nos partidos políticos em vez de escolherem candidatos avulsos como ocorre atualmente no Brasil, cabendo às legendas predefinir a ordem dos votados, passou a ser defendido com fervor pelos investigados na Lava- Jato. Fora desse contexto, o sistema do voto em lista até faria sentido, para fortalecer e assegurar maior coerência ideológica aos partidos. No momento atual, porém, a proposta de mudança para esse sistema – não por acaso defendida pelos presidentes da Câmara e do Senado – soa como um escancarado movimento de autodefesa de quem teme a investigação. Além disso, o modelo facilitaria a reeleição dos atuais parlamentares, evitando a perda de prerrogativa de foro de alvos da Lava-Jato.

Nesta semana, em entrevista à GloboNews, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto desmascarou de vez a manobra capitaneada por lideranças do Congresso. Afirmou que o sistema é incompatível com o modelo constitucional brasileiro e que equivale a substituir a democracia pela partidocracia. O jurista argumenta que o voto previsto pela Constituição é “direto, secreto, universal e periódico”, no candidato e não no partido. Por fim, advertiu que o modelo favorece o chamado “caciquismo” e não se constitui em boa prática.

Há opiniões divergentes respeitáveis sobre o tema, como a do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, que prefere a lista fechada ao sistema atual. Ele lembra que o voto nominal também acaba sendo computado para a legenda e pode garantir a eleição indireta de candidatos que o eleitor nem sequer conhece. Na sua visão, o sistema de lista fechada também tornaria menos onerosas as campanhas eleitorais.

O debate é oportuno, pois o país tem urgência em definir regras para a eleição de 2018, que já se avizinha. Mas dois aspectos da realidade têm que ser considerados nesta discussão: a descrença da população nos partidos e nos próprios políticos e a expectativa dos brasileiros de que os envolvidos na corrupção investigada pela Operação Lava-Jato não ficarão impunes. A lista fechada não pode ser utilizada para tornar sem efeito a lista de Janot.

sexta-feira, 24 de março de 2017

ABUSO DE PODER

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ZERO HORA 24 de março de 2017 | N° 18801


DAVID COIMBRA




Há muita gente preocupada com o que chamam de “abuso de poder”, no Brasil. Gente como Renan Calheiros, Sarney, Lula, Dilma, Cunha, Jucá, entre outros. Todos eles, curiosamente, poderosos.

Eu aqui não tenho poder algum, mas também me preocupo com o abuso de poder.

Por exemplo:

O poder de nomear apaniguados para diretorias de grandes empresas estatais e órgãos de fiscalização.

O poder de beneficiar empreiteiras em obras do Estado.

O poder de afastar do caminho fiscais que estejam fazendo o seu serviço corretamente.

O poder de comprar e vender medidas provisórias.

O poder de usar dinheiro do contribuinte para financiar blogs de propaganda política.

O poder de governantes se associarem a empresários para que ambos se locupletem com recursos do Estado.

Isso, de fato, é abuso de poder.

Sempre se abusou do poder no Brasil. Sempre se disse que esses poderosos jamais seriam alcançados pela lei, que eles podiam fazer o que quisessem, que no Brasil valia tudo para quem tinha dinheiro e... poder.

Mas agora é diferente. Agora, os poderosos também estão respondendo pelos seus atos. É a isso, a essa responsabilização, que esses poderosos chamam de “abuso de poder”.

Outros, nem tão poderosos, fazem coro. Também acham que a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça praticam abuso de poder. Compreensível. A ideia de que todos são iguais diante da lei ainda é chocante no Brasil, um país em que os maiores valores são, precisamente, dinheiro e poder.

Observe como o país reagiu à Operação Carne Fraca. Só o que se fala é nas exportações, nas vendas da carne brasileira. Ou seja: no dinheiro que a carne gera.

E a saúde das milhares, talvez milhões de pessoas que se alimentaram com carne estragada durante tanto tempo?

Nós entrevistamos, no Timeline, o fiscal que fez a denúncia desencadeadora da operação. Entre outras revelações, ele contou que esse escândalo ocorre há mais de 10 anos, que os antigos ministros da Agricultura sabiam do que acontecia e que, em muitos casos, a carne podre ficava mergulhada em produtos químicos por 30 horas para ganhar aparência saudável no supermercado.

Você comeu essa carne. Os seus filhos comeram.

O que pode ter ocorrido com sua saúde e a de seus filhos, com a saúde de multidões de brasileiros que se alimentaram com esse veneno por mais de 10 anos?

Por que ninguém nem sequer especula sobre isso?

Por que só se fala nas exportações e no que as empresas vão perder com as denúncias?

Porque, no Brasil, o dinheiro é mais importante. O poder é mais importante.

Eles têm dinheiro. Eles têm poder. Eles abusaram do poder. E só o que querem é continuar abusando.

terça-feira, 7 de março de 2017

MANDATOS SOB SUSPEIÇÃO

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ZERO HORA 07 de março de 2017 | N° 18786


EDITORIAIS





Depois de ouvir executivos e ex-executivos da Odebrecht sobre as doações irregulares para a última campanha presidencial, o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral, promete finalizar o relatório que trata da impugnação da chapa Dilma/Temer ainda no primeiro semestre deste ano. As informações vazadas dos depoimentos praticamente desfazem a tese da separação de campanhas e apontam para uso de dinheiro ilícito por ambos os candidatos, o que, em tese, significa perda dos direitos políticos para a ex-presidente Dilma e cassação do mandato do presidente Michel Temer. Mas os recursos possíveis e os prazos legais indicam que o processo não será concluído antes de Temer deixar o cargo, no final de 2018. Neste caso, o processo será extinto.

O relator tem pressa de apresentar seu voto ao plenário do TSE, pois seu mandato termina em outubro deste ano e ele não poderá ser reconduzido. Porém, mesmo que o Tribunal Superior Eleitoral conclua o julgamento em 2017, os acusados poderão recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Considerando-se a conhecida sobrecarga da Corte Suprema, dificilmente haverá tempo hábil para o trânsito em julgado até o final de 2018.

Caso todos os trâmites fossem agilizados e houvesse um desfecho antes do final do mandato de Michel Temer, o país se veria diante de uma situação ainda mais complicada: um novo presidente teria que ser eleito em 30 dias, de forma indireta, pelo Congresso Nacional. E muitos dos atuais deputados e senadores, como se sabe, estão sob investigação e seus nomes devem figurar na nova lista do procurador- geral da República, Rodrigo Janot.

O recrudescimento da crise política, motivado pelos recentes depoimentos de agentes da corrupção na Operação Lava-Jato e no TSE, deixa o país em sobressalto exatamente no momento em que a economia dá tênues sinais de recuperação. Por enquanto, é impossível vislumbrar uma saída satisfatória para o imbróglio, mas ninguém pode ter dúvidas de que o país só terá um futuro digno se continuar sendo passado a limpo.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - TRANSITAR EM JULGADO AS FRAUDES ELEITORAIS COM A MÁXIMA URGÊNCIA É GARANTIR CONFIANÇA NA JUSTIÇA E NA LISURA DAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES, IMPEDINDO QUE PARTIDOS E POLÍTICOS CORRUPTOS SE CANDIDATEM E SE MANTENHAM NA VIDA PÚBLICA PARA DRENAR O PAÍS...