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terça-feira, 22 de setembro de 2015

O BRASIL SEMPRE FOI LIBERAL



ZERO HORA 22 de setembro de 2015 | N° 18302


DAVID COIMBRA




É verdade que você não pode comparar a gestão do Estado com a gestão de uma empresa. Uma empresa não tem de produzir bem-estar (a não ser que seja uma fábrica de cerveja!).

O Estado, sim.

Esta, aliás, é a principal função do Estado: dar aos cidadãos condições para que vivam em segurança, com justiça e com igualdade de oportunidades, para que possam alcançar o bem-estar social.

A gestão do Estado talvez deva ser comparada à de uma família. A função da família é parecida. Por isso, não se podem cobrar lucros do Estado ou da família. Até com pequenos prejuízos é possível que ambos sejam bem-sucedidos.

O problema é quando a suposta promoção do bem-estar se torna tão dispendiosa que afeta todo o funcionamento da organização gerenciada. Os provedores da família ou os governantes gastam tanto, que não lhes sobram recursos nem para o básico. A família passou as férias nas Ilhas Maldivas, gastando à grande com o dólar batendo nos R$ 4, e agora, na volta para casa, não há dinheiro nem para o supermercado.

Foi mais ou menos o que aconteceu com o Estado brasileiro. O governo gastou mais do que podia. Todo mundo sabe disso, todo mundo já sabia disso antes de 2015, isso foi algo discutido de sobejo e negado de sobejo pelo governo. Dilma é atrapalhada, tem seus defeitos, mas não é a única responsável por esta situação. Lula já vinha gastando prodigamente desde 2002. A cada ano, mais ministérios. A cada ano, mais funcionários. A cada ano, mais programas de bondades.

Então, fico pensando: que história é essa de “modelo neoliberal”? Quando é que o modelo econômico do Brasil não foi neoliberal? O modelo de Lula era igualzinho ao de Fernando Henrique, tanto que o famoso “Mercado” o elogiava por isso. Nunca os bancos ganharam tanto dinheiro. Nunca os empreiteiros ganharam tanto dinheiro. Nunca a indústria automobilística ganhou tanto dinheiro. Justamente a indústria automobilística, com a qual Lula negociava, quando sindicalista.

Brizola vivia dizendo que Lula e Fernando Henrique iriam “se acotovelar para implantar o modelo neoliberal”. E ele tinha razão. Se Brizola faria melhor, se outro modelo seria mais adequado, isso não sei. Mas sei que Lula e Fernando Henrique não foram muito diferentes, economicamente falando. O que aconteceu foi que Lula começou a gastar mais do que podia, e Dilma continuou gastando. Essa, a causa. Agora estamos vivendo as consequências.


Qual é a fórmula?

Dilma, tanto quanto Sartori, acredita que, para um Estado que gasta mais do que arrecada, a saída é gastar menos e arrecadar mais. Tem lógica.

Dilma, tanto quanto Sartori, quer aumentar impostos e cortar despesas.

Quem os critica, critica o “modelo neoliberal”.

Certo.

Mas qual é a alternativa?

Não estou fazendo uma pergunta retórica. Gostaria mesmo que me dissessem o que pode ser feito, além do que é proposto.

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