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segunda-feira, 8 de junho de 2015

MANCHA NA IMAGEM DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RS



ZERO HORA  OPINIÃO 08/06/2015 - 04h15min



Por: Rosane de Oliveira



MANCHA NA IMAGEM DA ASSEMBLEIA


A reportagem que o Fantástico mostrou domingo, com falcatruas praticadas por deputados em diferentes Estados brasileiros, é uma nódoa a mais na já desgastada imagem das Assembleias Legislativas. No Rio Grande do Sul, o repórter Giovani Grizotti documentou uma denúncia grave envolvendo o deputado Diógenes Basegio (PDT), até então um parlamentar sem envolvimento em qualquer irregularidade.

Como sempre acontece em casos do gênero, foi um ex-assessor atritado com o deputado quem fez a denúncia e apontou o caminho das provas. Neuromar Gatto disse ao Fantástico que Basegio ficava com parte do salário dos assessores e que tinha funcionários fantasmas em seu gabinete.

O deputado se defende dizendo que o dinheiro visto na gravação era, provavelmente, sacado de sua conta bancária para pagar outros assessores, contratados informalmente. Ou seja: para se defender de uma acusação, Basegio confessa outra irregularidade. Faz isso porque sabe que é comum os deputados dividirem o salário de um assessor com outros que não têm qualquer vínculo formal com a Assembleia. É irregular, mas todo mundo faz vista grossa.

Médico respeitado em Passo Fundo e região, Basegio não precisa reter parte dos salários dos assessores para reforçar a renda. A denúncia do Fantástico é um choque para seus eleitores e pacientes.

Basegio diz que desconhece outra acusação grave do ex-assessor, a de adulteração do odômetro do carro em uma oficina mecânica para aumentar o valor do ressarcimento dos gastos com veículo, que é feito por quilômetro rodado. Essa denúncia de fraude não pode ficar restrita à reportagem: a Assembleia e o Tribunal de Contas precisam fazer um pente-fino nos ressarcimentos e ampliar os controles.

Os deputados estaduais já têm assessores demais. Se contratam mais gente em suas regiões, é para atuar como cabos eleitorais, preparando a próxima eleição. No trabalho parlamentar, não há necessidade de tanta gente. Basta olhar para os parlamentos da Alemanha, do Japão ou da Suécia, para ver que no Brasil o contribuinte paga assessores demais para trabalho de menos nas Assembleias, na Câmara e no Senado.



"Cada parlamentar é responsável por seu gabinete", diz presidente da Assembleia Legislativa.



Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, Edson Brum afirmou que levará suspeitas contra deputador Diógenes Basegio (PDT) para a Comissão de Ética da casa


Edson Brum negou que a prática de assessores devolverem parte do salário para deputados seja comum: Foto: Lauro Alves / Agência RBS

O presidente da Assembleia Legislativa, Edson Brum, disse, nesta segunda-feira, que encaminhará para a Comissão de Ética da casa as suspeitas de irregularidades no gabinete do deputado Diógenes Basegio (PDT) levadas ao ar pelo Fantástico, no domingo.

Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, Brum ressaltou que as ações nos gabinetes são de responsabilidade exclusiva de cada deputado.

– Cada gabinete funciona como se fosse uma microempresa. O parlamentar é responsável pelas contratações, por cuidar a quilometragem dos carros e, no final do mês, tem de assinar. Há um controle muito severo e transparente – disse.


Segundo a investigação de três meses feita pelo repórter Giovani Grizotti, há indícios de um golpe para aumentar o valor da indenização pelo uso de veículos particulares em serviço e da extorsão de salários de funcionários.

Segundo o presidente da Assembleia, a casa já "foi demandada pelo Tribunal de Contas e pelo Ministério Público" para esclarecer o caso. Imagens gravadas por um ex-chefe de gabinete de Basegio, Neuromar Gatto, mostram o deputado recebendo maços de dinheiro, que seria a devolução de parte dos salários de assessores contratados.

Edson Brum disse estar tranquilo em relação aos mecanismos de transparência da Assembleia, e negou que a prática de assessores devolverem parte do salário para deputados seja comum:

– Não acredito que isto aconteça. Tem muita falácia e conversa de corredor. Temos uma ouvidoria, uma corregedoria, uma comissão de ética. A casa tem uma história, estamos sempre discutindo coisas maiores.

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