VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 20 de março de 2015

LARGUEM O OSSO!



ZERO HORA 20 de março de 2015 | N° 18107


EDITORIAIS



A tumultuada demissão do ex-ministro da Educação Cid Gomes, que nem chegou a esquentar lugar no poder, deixa muitas lições para o governo, para o parlamento e para o país. A principal delas é, sem dúvida, sua denúncia de que o Executivo está refém do grupo que comanda o Legislativo e de sua base parlamentar o que ficou comprovado no episódio de sua saída do ministério. Com suas principais lideranças sob investigação na operação Lava-Jato, o Congresso optou por uma guerra fria com o Planalto, oscilando entre a negociação e a chantagem. É uma tentativa de pressão exercida por um poder tão desmoralizado quanto o próprio Executivo, mas que tem a prerrogativa de aprovar, vetar, trancar pautas e colocar o governo na defensiva.

O Congresso é hoje, pela diversidade de partidos e tendências, a maior expressão da política que barganha, negocia, blefa e negaceia, valendo-se dos piores expedientes da atividade pública, com as honrosas exceções de sempre. Por isso, não pode ser creditada apenas à má educação do autor a declaração do ex-ministro de que o parlamento é integrado por “achacadores e oportunistas”. Cid Gomes, o governo que ele integrava e os congressistas se conhecem bem. A correção e a ética não são qualidades que os dois poderes possam exaltar no momento.

Nesse contexto de conflito com sua própria base – e acuada pelas manifestações de rua e pela queda de popularidade –, a presidente deveria aproveitar o momento para dar um formato mais profissional e menos político ao ministério, enfrentando as resistências parlamentares e denunciando eventuais abusos. A frase dita pelo ex-ministro no seu depoimento na Câmara faz sentido para os brasileiros que estão decepcionados com seus representantes: larguem o osso!

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