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terça-feira, 3 de março de 2015

2,2 MIL MEDALHAS EM OITO ANOS



ZERO HORA 03 de março de 2015 | N° 18090


JULIANO RODRIGUES

DISTINÇÕES CONTROVERSAS. Entrega de medalhas cresce sete vezes


A ASSEMBLEIA DISTRIBUIU 686 condecorações no ano passado. Em 2007, haviam sido 90. Cada deputado pode conceder 12 ao ano, mas o presidente tem cota livre. Defensores afirmam que Legislativo deve ter a possibilidade de homenagear cidadãos


Em evidência desde que a então deputada Marisa Formolo (PT) decidiu homenagear a própria família com medalhas da Legislatura, a falta de restrições na concessão das condecorações na Assembleia não se limita ao episódio de janeiro. Por conta de regras elásticas, mais de 2,2 mil pessoas foram agraciadas com a distinção desde 2007.

O recorde foi registrado no ano passado, na gestão de Gilmar Sossella (PDT), quando a Casa concedeu 686 medalhas, sete vezes mais do que em 2007. O pedetista é o campeão na distribuição das honrarias, segundo levantamento pedido por ZH ao parlamento via Lei de Acesso à Informação.

Atualmente, os deputados têm uma cota de 12 medalhas por ano, enquanto o presidente da Casa pode distribuir quantas quiser e até mesmo repassá-­las a outros parlamentares. Por isso, o ranking dos 10 deputados que mais entregaram as distinções tem cinco ex-presidentes. Nos últimos oito anos, Sossella concedeu 351 honrarias, sendo 334 em 2014. De longe, é quem mais utilizou a cota.

Depois dele, aparecem Frederico Antunes (PP), com 114, e Carlos Gomes (PRB), com 103. Pivô da polêmica, Marisa é a sétima que mais distribuiu, com 63.

Procurado por ZH, Sossella justificou que a entrega das medalhas serve para homenagear as pessoas em vida e não vê problema em ter distribuído três vezes mais distinções do que o segundo colocado na relação.

– Concedemos 15 medalhas para prendas e peões do Enart (Encontro de Arte e Tradição Gaúcha), 23 para ex-integrantes da Força Expedicionária Brasileira que foram à II Guerra, 50 medalhas para pessoas ligadas ao aniversário de 190 anos da colonização alemã, entre outras empresas e entidades – explica ele.

E completa:

– Não tem melhor reconhecimento do que homenagear a pessoa enquanto está viva. As pes­soas ficam felizes, emocionadas. A Assembleia tem de ter a possibilidade de homenagear as pessoas.

A medalha da Legislatura foi regulamentada pela Assembleia por meio de resoluções da Mesa Diretora. No ano passado, a Casa gastou R$ 30,1 mil com 700 unidades das distinções, que são entregues livremente pelos deputados, sem necessidade de atos solenes e nem mesmo do registro do nome da pessoa agraciada. Essa honraria é diferente da medalha do Mérito Farroupilha, cuja concessão depende de aval da Mesa e é entregue a grandes personalidades do Estado e do país.

REGRAS PODEM SER REVISTAS HOJE

Hoje, a Mesa Diretora discutirá uma proposta do atual presidente da Casa, Edson Brum (PMDB), para limitar a concessão das honrarias. A ideia é extinguir a medalha da Legislatura e estabelecer um limite de uma unidade do Mérito Farroupilha por mandato para cada deputado. Segundo Brum, as homenagens não podem ser banalizadas. A iniciativa encontra resistência interna, uma vez que parte dos parlamentares utiliza as medalhas para promover atos políticos e homenagear pessoas ligadas aos seus redutos eleitorais, empresas e sindicatos. Na reunião da semana passada, Sossella, 2º vice­presidente da Assembleia, pediu vista do projeto, que volta à pauta na reunião desta terça-feira.

– Sempre achei que as medalhas tem de representar uma distinção de verdade. Queremos suspender a concessão da medalha da Legislatura até mesmo como forma de valorizar a do Mérito Farroupilha, que é a mais importante. Respeito a posição dos colegas que são contra, mas vou colocar a proposta em apreciação amanhã (hoje) – argumenta Brum.

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