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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

CÂMARA CASSA MANDATO DE DEPUTADO ENVOLVIDO COM DOLEIRO DO LAVA JATO



ZERO HORA 11 de dezembro de 2014 | N° 18010

 

ENVOLVIMENTO COM DOLEIRO; Câmara cassa mandato de André Vargas


EM VOTAÇÃO ABERTA, processo do ex-parlamentar paranaense por quebra de decoro recebeu 359 votos favoráveis, 102 a mais que o mínimo necessário. Ex-deputado, que se desfiliou do PT em abril deste ano, está internado e não foi a Brasília



Acusado de envolvimento com Alberto Youssef, um dos pivôs da Operação Lava-Jato, André Vargas (ex-PT- PR) teve seu mandato cassado ontem pela Câmara dos Deputados. Com isso, não poderá disputar eleições até 2022, como determina a Lei da Ficha Limpa. A perda do cargo foi aprovada por 359 votos – eram necessários 257. Também foram registrados um voto contrário e seis abstenções.

A votação ocorreu apesar de uma operação deflagrada por Vargas e por ex-colegas do PT para tentar derrubar a sessão. Após destituir seu advogado de defesa, o deputado enviou um atestado médico ao comando da Câmara alegando que passou por um procedimento cirúrgico e não poderia estar presente para se defender. Vargas está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, mas o motivo não foi divulgado. Junto com o material, encaminhou imagens de procedimento odontológico e solicitou que a votação fosse adiada para depois do dia 16, véspera do encerramento dos trabalhos do plenário antes do recesso. Como o recurso não passou pela perícia da junta médica da Câmara, a orientação foi pela rejeição do pedido.

Aliado de Vargas, o deputado José Mentor (PT-SP) chegou a encerrar a sessão por falta de quórum em uma ação tumultuada faltando ainda duas horas para o fim do prazo regimental da reunião. Mentor aproveitou um desentendimento em relação à presença do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) na presidência da sessão, tomou a cadeira e declarou o encerramento por falta de quórum.

SEGUNDA CASSAÇÃO COM FIM DO VOTO SECRETO

O gesto irritou o relator do processo, deputado Julio Delgado (PSB-MG), o presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PSD- SP), e líderes da oposição que cobraram do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB- RN), a reabertura dos trabalhos. Sob pressão, a sessão foi reaberta com a mesma pauta. O deputado Eurico Júnior (PV-RJ), que já tinha tratado do caso no Conselho, leu a defesa em plenário.

Ao receber o resultado, Vargas disse que “ceifaram um pedaço” de sua vida e que a cassação será “mais um parâmetro para os demais julgamentos que virão com a delação premiada”. Afirmou que pretende arrumar um trabalho e cuidar da família.

Vargas deixou o PT logo após o escândalo vir a público, em abril. Ele chegou a cogitar a renúncia, mas desistiu. O partido pediu seu mandato na Justiça Eleitoral, mas o gesto foi interpretado como manobra para tentar evitar que fosse enquadrado na Lei da Ficha Limpa. O Tribunal Superior Eleitoral ainda não se manifestou. Vargas foi o segundo deputado cassado desde que a votação passou a ser aberta, em 2013. O primeiro foi Natan Donaton, em fevereiro deste ano.

AS ACUSAÇÕES
-Vargas e sua família teriam viajado de férias em um jatinho pago pelo doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato.
-O ex-parlamentar teria intermediado negociação de contratos entre o laboratório Labogen e o Ministério da Saúde, também com envolvimento de Youssef.

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