VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

POR QUE O TUDO OU NADA?



ZH 20 de outubro de 2014 | N° 17958


BALALA CAMPOS



Nunca houve tanta informação a nosso dispor. Nunca, como na atualidade, as pessoas puderam expressar o que pensam, especialmente nos meios digitais. Contraditoriamente, o que se vê hoje nas redes sociais, nos encontros familiares e entre amigos, às vésperas do segundo turno das eleições, são posicionamentos revestidos de fanatismo para ambos os lados. Isto pra não falar nos debates presidenciais que viraram verdadeiros ringues. Não há espaço para fatos objetivos, para opiniões a partir de raciocínio ou argumentos, aquelas regrinhas básicas vigentes até há pouco para quem desejava expressar uma ideia ou opinião. Lembram que isso era exigido?

Loas à era da informação, às redes sociais democráticas, mas o que está acontecendo? As pessoas estão furiosas seja contra ou a favor... Em se falando dos candidatos presidenciáveis, vale tudo: charges, denúncias, xingamentos, palavrões, mentiras. Será que não estamos preparados para expressar um ponto de vista? Antigamente, ou melhor, há poucos anos atrás, existia debate de ideias, havia necessidade de comprovar o que se afirmava, e pasmem... o outro, o interlocutor, tinha de fazer o mesmo.

Disputas ferrenhas, ameaças de rompimento da amizade se o voto for contrário ao nosso. Este é o clima que permeia as redes sociais. Será que nós brasileiros estaremos sujeitos até o último debate a esta cena que embrulha o estômago de quem não é fanático? Alguém consegue pensar nos 200 milhões de brasileiros que querem conhecer programas de governo bem explicitados e seu modo de aplicabilidade, seu resultado para o povo? A busca do poder pelo poder está explicitada como meta dos candidatos. E nisso vale tudo.

Nossa evolução como país democrático passa pela liberdade de expressão, um dos princípios básicos da democracia. Mas voto não pode ser baseado em impressão, em opinião infundada e carregada de emoção. Voto é consciência, e isso exige conhecimento, reflexão, análise, e só depois um posicionamento. Quem sabe, com esforço e conhecimento, aprimoramos nossas posições, sem ódios, sem preconceitos nem posições apressadas. Observando os fatos, os candidatos, suas atitudes, seus programas, seu passado, podemos fazer um grande exercício da democracia, mas com mais profundidade, sem esta faina do tudo ou nada. Ainda dá tempo...

Jornalista

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