VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

PROPAGANDA POLUIDORA GRATUITA




ZH 23 de setembro de 2014 | N° 17931


DELMAR BERTUOL*


É urgente. Algum pesquisador, por favor, divulgue os dados do quão eficientes (não) são os cavaletes de propaganda dos candidatos.


Se eu estiver errado, retiro este texto, e publico outro o retificando. Mais do que isso, encho as ruas da cidade com cavaletes com a minha foto sorrindo e minhas escusas: “Candidatos, desculpem-me!”. Mas segundo minha tese, para a qual aguardo, apenas, uma confirmação científica, esses cavaletes com a foto (maquiada) e o número dos candidatos só têm uma função: poluir a cidade, ir de encontro a tudo o que se pensa hoje sobre meio ambiente e as cidades.

O que já é cientificamente comprovado são os malefícios da poluição visual para as pessoas. Os candidatos deveriam saber disso, pois falam com tanta propriedade sobre como resolver os problemas de saúde pública (um deles os candidatos ajudam a piorar, pelo menos). E não sabem também que uma cidade bonita é pré-requisito para o fomento do turismo? Ou eles realmente acreditam que os cavaletes com suas fotos sorridentes são pontos turísticos? “Vai visitar Sujonópolis? Não deixe de tirar uma foto ao lado do cavalete do candidato Sorrinildo. É imperdível.”

Eu nunca vi algum eleitor decidir seu voto pelos inoportunos cavaletes: “Eu vou votar no Sorriso da Silva. Quem coloca um cavalete daquele tamanho, enfeiando a cidade assim, pode muito bem mudar o Brasil”.

Por que, ao invés de cavaletes nos canteiros, os candidatos não plantam árvores nos espaços, outra carência das cidades? Nem precisa ser uma muda nativa que fica deste tamanho. Um arbusto do tamanho do cavalete já ajudaria a filtrar o ar e embelezar a cidade, sobretudo justamente na época das eleições, a primavera, ocasião em que dão flores.

Eu não decido meu voto pelos cavaletes (até porque não sobraria em quem votar, posto que a prática é generalizada), mas me comprometo a colocar minha camisa florida de turista e tirar uma selfie ao lado da planta semeada pelo candidato que, ao invés do cavalete, plantou um arbusto que seja no canteiro. E coloco a foto no feice, me gabando de ter ido a um ponto turístico.

*ESCRITOR

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