VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

PESQUISAS ELEITORAIS: PIOR SEM ELAS



ZH 29 de setembro de 2014 | N° 17937



HÉLIO RADKE BITTENCOURT*


As pesquisas eleitorais exercem importante influência sobre a escolha do eleitorado. Uma evidência que apoia essa hipótese é o fenômeno Rigotto, ocorrido nas eleições para governador do Rio Grande do Sul em 2002, quando o candidato que figurava na terceira posição das pesquisas absorveu tantos votos de seus adversários, que acabou vencendo o primeiro turno da eleição com relativa folga.

A divulgação dos resultados de pesquisas eleitorais nas mídias de massa tem um caráter informativo importante para a sociedade, mas, ao mesmo tempo, permite que o eleitorado faça projeções e inferências variadas. Por exemplo, na tentativa de mudar o cenário de um provável segundo turno, eleitores são capazes de votar em candidatos que não estão de acordo com as suas convicções. Outro exemplo: o eleitor desiste de votar em determinado candidato para não “desperdiçar” o voto.

Todas essas reflexões sobre o próprio voto só são possíveis graças às informações providas pelas pesquisas eleitorais. Mas... se as pesquisas não existissem, será que os resultados da eleição seriam os mesmos? É muito difícil afirmar o que aconteceria nesse cenário utópico. Eu não me atrevo a fazer qualquer previsão.

De qualquer forma, é fácil prever que seria impossível acabar com as pesquisas eleitorais. Mesmo que houvesse uma proibição de divulgação de seus resultados, as pesquisas continuariam existindo nos bastidores para fins de estratégia de campanha. Isso mesmo, os partidos políticos continuariam contratando institutos para a realização de levantamentos de intenção de voto e, nesse cenário, a internet e as redes sociais fariam o papel de disseminação dos resultados. Seria um prato cheio para a proliferação de informações falsas. Em meio a resultados verdadeiros, estimativas fabricadas circulariam e ninguém saberia no que acreditar.

Portanto, se as pesquisas eleitorais devidamente registradas no Tribunal Superior Eleitoral não existissem, teríamos uma terra de ninguém, em que não haveria responsáveis pelos dados divulgados. Por isso, não tenho dúvida: é preferível conviver com a possibilidade das pesquisas influenciarem no voto a não saber no que acreditar.

*PROFESSOR DA FACULDADE DE MATEMÁTICA DA PUCRS

Nenhum comentário: