VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

DESVIOS NAS CAMPANHAS


ZH 09 de setembro de 2014 | N° 17917



EDITORIAL



Ofende a lógica e o bom senso a tentativa do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, de aproveitar a denúncia de corrupção na Petrobras como justificativa para a adoção do financiamento público de campanhas eleitorais. Diante do abalo provocado pelo vazamento de acusações a políticos feitas à Polícia Federal pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o secretário alegou que, enquanto houver financiamento empresarial de campanha, será impossível controlar a corrupção, que, na sua opinião, afeta todos os partidos, sem exceção. Afora ser uma confissão de fragilidade moral de sua própria legenda, a declaração tenta reforçar a defesa da reforma política que o PT e os movimentos sociais que lhe dão sustentação querem fazer mesmo à revelia do Congresso, por plebiscito popular e Constituinte exclusiva. O principal propósito parece ser a institucionalização do financiamento público de campanha, um modelo inadmissível na situação atual.

Na prática, o que existe hoje não deixa de ser uma espécie de financiamento público resultante do aparelhamento político-partidário de ministérios e empresas estatais. Essa deformação se constitui numa porta escancarada para a subtração de recursos dos contribuintes. Falta apenas oficializar a fraude. E é justamente esse modelo perverso de transformar campanhas eleitorais em negócios lucrativos que já deveria ter acabado há muito tempo. Só não acaba porque a decisão depende de políticos aos quais não interessa pôr um fim às facilidades geradas pelo uso do setor público em proveito próprio, de familiares, de amigos e correligionários.

Infelizmente, também o Judiciário tem tergiversado nessa questão. Proposta liderada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vetando o financiamento de empresas para campanhas e permitindo apenas as de pessoas físicas até um determinado limite segue com votação pendente no Supremo Tribunal Federal (STF). É essa demora que faz com que, até agora, três empresas tenham bancado nada menos que 39% dos gastos dos três principais concorrentes ao Planalto. Ninguém imagina que, ao contribuírem com quantias consideráveis, muitas vezes sob a forma de caixa 2, as corporações estejam interessadas apenas no fortalecimento da democracia. O que querem, obviamente, é a posterior retribuição de favores.

O país não tem mais como permitir que políticos em busca de votos continuem sendo financiados nos moldes atuais, favorecidos por deficiências sérias na fiscalização. O veto aos recursos de empresas e um maior rigor contra o caixa 2 são providências inadiáveis.

Nenhum comentário: