VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

DESPOLITIZANDO A GESTÃO PÚBLICA

ZH 17 de setembro de 2014 | N° 17925

 

LUIZ CARLOS BOHN*


Os acontecimentos recentes relativos à Petrobras e ao Banco Central levantam o importante tema sobre os limites da interferência política na gestão do setor público. Obviamente, qualquer estrutura cujo objetivo seja servir aos cidadãos deve estar subordinada ao controle e à supervisão dos representantes eleitos pelo voto popular. Cabe ao presidente da República o estabelecimento das linhas gerais da política monetária a ser seguida pelo Banco Central e da política empresarial da Petrobras. Pelo Banco Central, o Executivo estabelece uma meta de inflação e, no caso da Petrobras, é natural que o governo também estabeleça as metas globais de produção e de refino.

Contudo, não parece ser uma boa ideia deixar a cargo do representante eleito pelo povo o gerenciamento do dia a dia das organizações públicas. No caso do Banco Central a experiência internacional é clara a esse respeito. Os bancos centrais dos Estados Unidos, da Inglaterra, dos países da zona do euro e de mais uma infinidade de outros países desenvolvidos são, todos, legalmente independentes do ponto de vista operacional. A partir de um objetivo definido pelo governo, na forma de uma meta de inflação, cabe à equipe técnica, com mandato fixo, gerenciar os juros, os depósitos compulsórios e as regras no mercado de crédito.

No exemplo de empresas públicas como a Petrobras, que é a maior empresa do país, a situação não deveria ser diferente. A gestão precisa ser levada a cabo sem a interferência política. O excesso de proximidade entre políticos e gestores de empresas públicas gera, normalmente, casos de corrupção, tais como o que foi descoberto pela Operação Lava-Jato.

De forma mais caricatural, a despolitização da gestão pública implica que não deve ser atribuição do presidente da República a determinação do preço da gasolina na bomba ou a taxa de juros Selic. O presidente ou presidenta deve estar focado na definição das macropolíticas e das metas a serem perseguidas pelas organizações públicas.


*PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO-RS

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