VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

PROTESTO QUE NÃO LEVA A NADA


ZERO HORA 11 de agosto de 2014 | N° 17887


POLÍTICA + | Rosane de Oliveira




Nos últimos anos, a história se repete a cada eleição: pessoas desencantadas com a política gastam tempo e energia pregando o voto nulo ou em branco. Nas redes sociais, circula uma corrente conclamando o eleitor a votar nulo, com o argumento de que, se metade dos votos for inválida, haverá nova eleição. Trata-se de uma bobagem, mas, incrivelmente, há quem acredite nela e compartilhe o texto sem dar-se ao trabalho de conferir a veracidade.

Como bem lembrou o advogado Antônio Augusto Mayer dos Santos, em artigo publicado em ZH, a premissa é falsa. A lei diz que será eleito o candidato que fizer a maioria dos votos válidos. Portanto, um elevado número de votos brancos e nulos serve apenas para indicar descontentamento. Nada além.

Admitindo-se que uma enxurrada de votos nulos determinasse a realização de uma nova eleição, quem seriam os candidatos? Os mesmos, com pequenas alterações. Significaria apenas mais custo, sem nenhum ganho para o eleitor.

Quem está pensando em votar nulo ou em branco deveria parar e se perguntar aonde quer chegar com esse tipo de protesto. Vai melhorar o país? Vai qualificar a representação no Congresso? Ou vai apenas transferir para terceiros a responsabilidade de escolher o presidente da República, o senador, o governador, o deputado federal e o deputado estadual e correr o risco de estar ajudando os piores?

Quem amargou um quarto de século de ditadura sem poder votar para presidente sabe o valor de uma eleição livre. O sistema é imperfeito, o custo das campanhas tornou-se escandaloso, e a reforma política está atrasada, mas ainda há pessoas que merecem o nosso voto.

Campanhas pelo voto nulo não levam a lugar algum. A demonização da política só serve para afastar da vida pública pessoas que poderiam contribuir para qualificar essa atividade tão essencial à democracia.



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