VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

VERGONHA NACIONAL


JORNAL DO COMÉRCIO 10/07/2014


Carlos Hoffmann



A culpa é do Fernando, do Neymar, da Dilma. Não, é de todos nós! Para quem acha que estou falando da seleção brasileira, engana-se. O futebol é apenas um jogo, em sua essência, e um negócio, em sua realidade. A mensagem implícita na fala do jogador David Luiz que disse que ele queria “que o Brasil tivesse uma alegria pelo menos no futebol” diz muito. O povo, muitas vezes induzido pelos “grandes interesses”, ilude-se pelo “circo”. E o governo lhe garante o “pão”. Aí tudo fica igual, injusto, irregular, ineficiente e inepto. E, ao final, nos contentamos em sermos felizes apenas com o futebol e esquecemos de todo o resto. Esquecemos de que precisamos mudar as engrenagens da nossa sociedade como um todo, para que as coisas realmente mudem.

A questão escancarada aqui é de ordem estrutural. Seja no futebol, onde a politicagem dos mandatários é notória. Seja na política, onde alguns tentam fazer o melhor e os reais donos do poder abafam qualquer solução eficaz para os problemas do País que tirem deles poder, prestígio ou dinheiro. Seja na sociedade, na qual todos estamos doentes ao não olharmos para o outro na maioria das circunstâncias.

Não devemos deixar a alegria e a criatividade de lado. Isso é bom e nisso não precisamos copiar a frieza alemã. Mas devemos criar uma nova sociedade verdadeiramente unida, empática, cooperativa, ética e colaborativa e que não apenas se indigne por banalidades, mas pela ignorância e ganância dos maus políticos, pelo despreparo educacional das novas gerações, pelo descuido com os nossos jovens há mais tempo, pela nossa inobservância de princípios e valores coletivos e de respeito etc.

Vamos mudar as nossas estruturas (mentais, sociais, culturais, emocionais, psíquicas, espirituais etc) para que possamos criar uma nova realidade a qual não mais nos importaremos tanto com uma derrota no futebol, pois já teremos vencido na realidade de nossas vidas. Axé.

Professor, administrador e cientista político

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