VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 29 de junho de 2014

A PAJELANÇA POLÍTICA


REVISTA ISTO É N° Edição: 2327 27.Jun.14 - 14:00




EDITORIAL

Carlos José Marques, diretor editorial




Na sombra da Copa uma guerra surda se desenvolve em torno das alianças e acordos de chapas partidárias. Surpreende o tamanho da pajelança de correntes e ideias, que não obedece a qualquer critério lógico. Muitas vezes não há sequer sinergia, seja de programas, seja de bandeiras, nesse movimento. Está prevalecendo mesmo é o interesse de curto prazo, específico, da vitória nas eleições de outubro próximo. E, assim, siglas tradicionalmente adversárias em nível nacional podem se juntar aqui, acolá, para logo depois firmarem divórcio. No troca-troca, que virou característica deplorável da política brasileira, destacam-se também os claros sinais de um desembarque em massa da chapa oficial, algo que pode ser interpretado como descrença crescente na reeleição da presidenta Dilma. A retirada de apoios importantes teve início com a saída do PTB do bloco. O partido, umbilicalmente vinculado ao governo, resolveu romper após se sentir menosprezado na reforma ministerial. Outro aliado, o PR, iria fazer o mesmo e para evitar a debandada uma troca de ministros na pasta dos Transportes foi providencialmente arranjada. O cala-boca deu certo e o PR renovou juras de amor eterno. Está em jogo perda de palanques e de tempo no horário eleitoral gratuito de tevê, as maiores armas dessa disputa. Mas as fissuras no arco de sustentação de Dilma podem abrir espaço para mais fugas. No Rio de Janeiro, uma coligação majoritária está colocando do mesmo lado o PSDB do presidenciável Aécio Neves e o PMDB do atual vice-presidente, Michel Temer. O mesmo PMDB também pode registrar novas baixas nas fileiras com a conversão do ex-ministro Eunício Oliveira, que estaria disposto a abrir palanque para os tucanos nas suas trincheiras do Ceará. Há ainda na conta eventuais diásporas regionais como a do PCdoB paulista, que pode deixar a chapa do candidato petista ao governo do Estado, Alexandre Padilha, caso não tenha espaço e cargos à altura de seus anseios. As deserções pontuais são todas produzidas no caldeirão de negociatas que alimenta há algum tempo o fisiologismo barato e rasteiro em vigor nas paragens politiqueiras por obra e graça daqueles que enxergam o poder público como mero instrumento para se locupletar.

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