VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

POLÍTICA SEM POVO É DEMOCRACIA?


JORNAL DO COMÉRCIO, 08/05/2014


Tiago Simon



Como se fosse conduzido exclusivamente pela lógica publicitária, o período eleitoral pode criar falsas esperanças na população. Não raro, grupos políticos apresentam-se como salvadores da Pátria, detentores de todas as qualidades. É comum a prática de imputar mazelas aos adversários e de creditar virtudes a si. E nesse faz de conta, induzem que a vitória do lado oposto representaria a destruição de tudo o que foi conquistado. Enquanto o jogo de cena toma conta das eleições, grandes projetos e debates sobre problemas reais ficam relegados ao segundo plano. E se mais valem discussões vazias e maquiadas, o resultado é o que se vê: campanhas movidas a dinheiro e marketing. Saem na frente candidatos influentes que detêm enormes recursos.

Ressalvados os valentes da resistência que ainda estão aí, o político eleito nesse sistema corre o risco de tornar-se refém de interesses quase intransponíveis. Mas, mesmo em um ambiente tão rarefeito ao cumprimento efetivo da representação do eleitor, temos exemplos de políticos que efetuam um valoroso trabalho. É neles – e também na hipótese de que outros com espírito público genuíno ingressem nessa esfera – a quem devemos confiar a responsabilidade de nos representar.

Talvez a maior de todas as ilusões seja acreditar que a mudança virá de algum partido ou projeto vencedor nas eleições deste ano. Não virá. O Estado e suas instituições são historicamente comprometidos com a manutenção do status quo. Acreditar que a iniciativa deva surgir daí é um dos principais motivos da incapacidade da sociedade civil em assumir sua responsabilidade – e, assim, liderar a luta pela transformação política no País. Por isso, uma nova mentalidade é necessária – mais consciente, responsável e participativa. Com o pleito se aproximando, o protagonismo deve ser do eleitor. Pois política sem povo nunca será democracia.

Advogado

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