VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 8 de abril de 2014

O BEM E O MAL NO RS

JORNAL DO COMÉRCIO 08/04/2014


Dicotomia entre o bem e o mal continua no Estado



Entidades empresariais estão lançando campanhas para que o Rio Grande do Sul pare com o estigma de ser um Estado onde: ou se é a favor ou se é do contra. Geralmente, do contra. É que entra governo e sai governo, e a dicotomia política ou administrativa e, às vezes, até mesmo em entidades classistas, continua. Quem era oposição e criticava a tudo e a todos, logo que assume, trata de anunciar medidas contra as quais, há pouco, bradava ferozmente. Ser oposição, entre nós, é ser do contra, mesmo que os motivos sejam banais, quando eles existem. Aí resta pouco espaço para a virtude, que está no meio. No Estado, parece que, para ser popular, é preciso ser medíocre. A cada anúncio de um sucesso no combate à estagnação econômica, o dirigente vê se agigantarem os opositores. Mas pouca sinceridade é algo que pode ser fatal ao político, enquanto a total sinceridade é ruim aos seus desígnios, por melhores que sejam. Diz-se que a epistemologia da ignorância é definida como imaginária entre o desejo e o saber. No Rio Grande do Sul dos prós e contras, poucos querem saber o que não se sabe, enquanto outros não sabem o que é conhecido. Mas não é só uma característica gaúcha, embora aqui esse modelo de antagonismo atinja o píncaro, é motivo de piadas e faz parte da cultura e do folclore regionais.

Não conseguimos avançar em nenhuma reforma importante, trabalhista, tributária, previdenciária e administrativa. Temos repartições demais com inchaço de pessoal, gastos que só aumentam e arrecadação federal que, mesmo sendo recorde mês a mês, não consegue diminuir a brutal dívida pública de R$ 2 trilhões. Apesar disso, a arrecadação previdenciária na área urbana vem batendo recordes sucessivos, enquanto, na área rural, é deficitária. Discursos, ideias mirabolantes e leis não faltam no Estado e no Brasil. Faltam é trabalho, ação, gestão e planejamento de médio e longo prazo. Talvez, aí, seja pedir demais.

Pois não é que resta tempo para algumas figuras discutirem apenas as eleições de 2014? Evidentemente que a imprensa tem sua efetiva participação, com pesquisas, quando faltam poucos meses para o pleito. Servem para saber quem tem esse ou aquele percentual de aprovação, mas agitam o ambiente, lá isso agitam, sem a menor necessidade. Enquanto isso, os dias passam. A ignorância de certos segmentos sociais no Estado e no Brasil é o símbolo do enigma que esconde e, ao mesmo tempo, prova o motivo pelo qual estamos sempre a reboque dos acontecimentos. Não somos protagonistas, mas apenas seguidores do que os outros, fora daqui, estão realizando, inventando, praticando, liderando, ensinando, armazenando. No Rio Grande do Sul, certas pessoas mentem cientes do que estão fazendo. É o dilema de se dizer ou não o que se pensa. É quando uma frase ou um pensamento pesa na consciência, e o cidadão reflete sobre a conveniência de falar com as palavras convenientes para fazê-lo agradável aos que vão ouvi-lo ou transmiti-lo – no caso dos meios de comunicação social – e às demais pessoas. Talvez seja o momento de os gaúchos aprenderem a cooperar em prol do bem comum, ainda que adversários neste ou naquele setor.

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