VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

MAIS DO QUE CONFORTO

ZERO HORA 12 de fevereiro de 2014 | N° 17702


EDITORIAIS




O debate em torno da necessidade ou não de os ônibus de Porto Alegre contarem com ar-condicionado é exemplar de como o setor público pode ficar alheio às demandas da população. É surpreendente, em meio à discussão sobre a qualificação do serviço de transporte urbano da Capital, que a prefeitura tenha considerado uma hipótese no mínimo inoportuna. A alternativa surgiu quando do anúncio de uma nova licitação, prevista para março, com o argumento de que assim haveria diminuição de custos para as empresas. Nas contas da EPTC, a tarifa seria 10 centavos mais barata, o que significaria uma resposta às queixas contra o preço da passagem na Capital.

Por melhores que sejam as intenções, é uma ideia que não deve prosperar. Os gestores da concessão de um serviço essencial, conturbado por questionamentos e por uma greve, não podem defender propostas que andam na contramão dos apelos pela qualificação do transporte. Em nome de uma economia insignificante, é absurdo que, enquanto amplas camadas investem em melhoria da qualidade de vida, a prefeitura considere a possibilidade de dispensar o ar-condicionado dos ônibus. Não há racionalidade econômica que sustente tal sugestão. O que todos, prefeitura e concessionários, devem fazer é ampliar os esforços no sentido de melhorar, e não de piorar os serviços.

Compreende-se que a questão do transporte seja controversa e que a ausência de debate sobre o assunto, nos últimos anos, levou ao atual cenário, denunciado principalmente pelas manifestações de meados do ano passado. Sabe-se que atualmente há empresas em que o índice de ônibus com ar-condicionado não chega a 20%. A população, que reclama há muito das esperas em paradas, da indisciplina dos coletivos no cumprimento de horários, do desconforto dos assentos e da superlotação, não parece disposta a se sujeitar ao tratamento que vinha recebendo. É um direito apelar por melhorias amplas, através do aperfeiçoamento da concorrência, ou os usuários dos ônibus enfrentarão mais uma frustração.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Parece ser padrão a governança dispensar investimentos em serviços de qualidade para o povo sob argumento de economizar dinheiro público. Entretanto, este mesma "cuidado" não há na distribuição de assistencialismo sem contrapartida, na aprovação de supersalários, na implementação de vantagens aos altos cargos, no repasse de emendas para projetos duvidosos, na colocação de verbas em obras não prioritárias e em programas meramente eleitoreiros para a manutenção do poder. É este padrão que o povo precisa quebrar através do voto, das manifestações em rede, da indignação nos veículos de comunicação e dos protestos de ruas. A prioridade na governança de um país deve ser focada na supremacia do interesse público em que a qualidade de vida é um bem a ser garantido pelo Estado, especialmente por um Estado que arrecada impostos em níveis recordes e abusivos. 

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