VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 12 de janeiro de 2014

O PAÍS DA BUROCRACIA



ZERO HORA 12 de janeiro de 2014 | N° 17671


EDITORIAL INTERATIVO


O país do Carnaval, das riquezas naturais e do brasileiro caloroso que se prepara para receber turistas de todo o mundo atraídos pelas competições da Copa de 2014 é também o de uma burocracia quase caricata, de tão exagerada, que o torna peculiar, atrasa o progresso e impõe um custo elevado demais para a população. Essa característica perversa, constantemente justificada pelas origens portuguesas, foi tema recente de uma reportagem da edição brasileira do jornal espanhol El País. Seria essa uma visão distorcida da realidade, comum para quem vê o país de fora? Certamente não para quem percorre guichês do serviço público na tentativa de resolver questões do cotidiano que dependem da chancela do Estado, sob a forma de um carimbo, uma segunda via, uma certidão negativa conquistas difíceis de serem asseguradas sem intenso sofrimento.

Quem, entre brasileiros adultos, nunca foi forçado a retornar várias vezes a um determinado balcão para carimbar o mesmo papel, a reconhecer em cartório a sua própria assinatura, a apresentar documentos distintos que poderiam ser substituídos por um só, a provar que está vivo, a esperar meses e até anos por uma consulta do Sistema Único de Saúde (SUS) com médico especializado? Tantos entraves fazem prosperar os cartórios, essas instituições que, herdadas ainda da fase colonial, funcionam apenas em horários especiais e são transmitidas até hoje de pai para filho. Ao redor, multiplicam-se os despachantes, os contadores, os profissionais dedicados a fazer fotocópias, a preencher números, registros e matrículas em formulários que depois irão integrar processos cuja movimentação, normalmente lenta, só ganha impulso, muitas vezes, mediante o pagamento de propina.

Pesada para as pessoas físicas, a burocracia, na maioria das vezes, tem um peso insuportável também para empresas, que, depois de enfrentarem uma verdadeira maratona para funcionar, muitas vezes são forçadas a preencher mais de 2,2 mil campos só na hora de enfrentar o Imposto de Renda. E isso que a Receita Federal, assim como a máquina arrecadatória de maneira geral, vale-se hoje do que há de melhor em sofisticação tecnológica para abocanhar tributos com o máximo de rapidez e segurança. São esses avanços, aliás, que acenam com uma esperança no horizonte do emaranhado de exigências do setor público, muitas vezes associado à ineficiência gerencial.

A burocracia é uma deformação danosa para o Brasil, que felizmente pode ser derrotada com uma profunda mudança cultural associada às vantagens das novas tecnologias. A sociedade, porém, precisa pressionar de forma constante e permanente para que a máquina administrativa se modernize, passando a atuar com base em prazos e metas rígidas para atendimento de suas demandas. A sociedade precisa pressionar para que a máquina administrativa se modernize

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