VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

SAIA DA ZONA DE CONFORTO



JORNAL DO COMERCIO 11/11/2013


André Machado


Não há roda em que não se levante crítica à política brasileira. As más ações de uma parcela dos que foram eleitos jogam em vala comum os que escolhem a vida pública para fazer o bem e aqueles que buscam apenas vantagens pessoais. Queixar-se do setor público é esporte nacional. Fazer parte da vida pública, porém, não. Como se o político nada tivesse a ver com seus representados. Como se a qualidade da composição do Congresso Nacional nada tivesse a ver com a escolha do eleitor. É preciso lembrar o óbvio: ninguém conquista mandato só pela própria vontade. É preciso apoio popular. Ingressa na política o abnegado, que sonha com um País melhor, e também o tipo hoje-eu-vou-me-dar-bem, que faz da política um negócio escuso. Não é fácil formar conceito fora da zona de conforto. Deixar a passividade das críticas (às vezes ásperas, exageradas) e dar a cara para bater. Não apenas para ser criticado, mas para contribuir com aqueles que já fazem da política um campo para nosso crescimento como sociedade e que lutam contra os sobrenomes de sempre que nos assombram há décadas com dinastias que transcendem governos e ideologias.

Esta transformação - já em andamento - só será completa quando boa parte daqueles que hoje criticam os políticos passar para o outro lado. Quando os muitos que se queixam perceberem a importância de militar. Não há mudança fora da política, e partidos fortes são fundamentais. Mas eles só serão melhores quando os melhores abraçarem a vida pública. Quando fiz minha escolha pelo PCdoB, recebi muitos apoios e também muitas críticas. O que fiz foi deixar a tranquilidade de estar atrás do microfone e ir para a linha de frente, ao lado de muitos que pensam como eu. Aos críticos, fiz um apelo que renovo a cada dia: encontre um partido que se aproxime do que você pensa e filie-se. Saia, enfim, da zona de conforto.

Jornalista

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