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terça-feira, 12 de novembro de 2013

LÍDERES DO PSOL REAFIRMAM QUE ASSISTIRAM GRAVAÇÕES

ZERO HORA 12 de novembro de 2013 | N° 17612


CENAS PASSADAS

Sigla contesta reportagem sobre contradições em caso relacionado ao Detran


A cúpula do PSOL reafirmou ontem a existência de gravações de supostas irregularidades na campanha da ex-governadora Yeda Crusius, em 2006. O partido contestou reportagem de ZH por “tentar desconstituir as denúncias” feitas pela sigla em 2009.

A reportagem foi baseada em dois depoimentos do ex-vice-governador Paulo Feijó à Justiça. Ele teria sido o responsável por mostrar as gravações aos líderes da legenda e, em juízo, deu versões contraditórias sobre os registros, que nunca apareceram publicamente. No primeiro testemunho, afirmou ter visto e mostrado os vídeos à cúpula do PSOL. No segundo, em outro processo, negou ter assistido ou recebido o material.

O presidente da legenda, vereador Pedro Ruas, questionou o jornal:

– Sabíamos de coisas graves e não podíamos deixar isso longe do conhecimento da sociedade.

Em 2009, a cúpula do PSOL afirmou ter assistido a gravações feitas pelo empresário Lair Ferst, ex-arrecadador da campanha de Yeda e um dos pivôs do esquema no Detran. Nos vídeos, teria registrado casos de caixa 2, distribuição de dinheiro do Detran, pagamento de contas pessoais com verba pública e uso de sobras de campanha. Lair nega ter feito os registros.

– Feijó nos mostrou as imagens, e elas eram nítidas – diz Ruas.

Ontem, o ex-vice-governador disse a ZH que não há contradição em suas declarações. Afirmou que, no segundo depoimento, não foi questionado quanto a ter assistido às gravações, o que, de fato, ele diz ter feito:

– O juiz perguntou se eu tinha recebido algum material do Lair e respondi que não.

Segundo Feijó, os vídeos foram entregues por Lair ao ex-assessor André Zelmanowicz, que teria mostrado o material ao PSOL sem sua autorização. No depoimento, porém, Feijó disse ao juiz Loraci Flores de Lima que Lair nunca lhe entregou nada e afirmou desconhecer o conteúdo dos vídeos.



“Vimos os vídeos no gabinete”


ENTREVISTA > LUCIANA GENRO, Ex-deputada


A ex-deputada federal Luciana Genro (PSOL) garante que os vídeos sobre supostas irregularidades na campanha de Yeda Crusius para o governo existiram. Ela afirma ter assistido às gravações no gabinete do então vice-governador, Paulo Feijó. Na opinião dela, os registros podem ter sido destruídos.

Zero Hora – As gravações de Lair Ferst até agora não apareceram. Vocês mantêm a versão de que elas existiram?

Luciana Genro – Sim. Nunca tivemos as gravações em mãos e deixamos isso claro desde o início, mas vimos os vídeos no gabinete do vice-governador Paulo Feijó. O fato de Lair Ferst declarar que emissários da ex-governadora chegaram a oferecer dinheiro por eles é um indício claro de que os fatos realmente aconteceram. Se não fosse assim, não haveria motivos para a oferta.

ZH – E por que as imagens nunca apareceram?

Luciana – Os vídeos provavelmente foram vendidos para pessoas ligadas a Yeda e destruídos. Alguém aceitou o dinheiro oferecido. É a única explicação possível.

ZH – Mas Feijó deu depoimentos conflitantes. Por quê?

Luciana – Não sei por que o Feijó está recuando. Ele e o André (André Zelmanowicz, ex-assessor de Feijó) nos mostraram as gravações na sala dele. Elas estavam no laptop do vice-governador, e as legendas eram muito claras. Ele, inclusive, afirmou isso categoricamente na Justiça, no processo que o Humberto Busnello move contra mim. Naquele depoimento, ele confirmou a história toda. Agora resolveu negar, mas isso não muda nada.

ZH – Feijó diz que a responsabilidade da denúncia é toda de vocês. Qual é a sua opinião?

Luciana – Nunca negamos nossa responsabilidade. Fizemos o que entendemos ser o mais correto e não pedimos autorização dele para isso. O fato é que as denúncias vêm se confirmando a partir do surgimento da delação premiada do Lair e das apurações que vêm sendo feitas na Justiça Federal de Santa Maria.



ROTEIRO. Fato envolveu o governo Yeda

- Em novembro de 2007, a Polícia Federal deflagrou a Operação Rodin, com o objetivo de desbaratar um esquema de fraudes no Detran. O escândalo balançou a gestão tucana.

- Entre os inúmeros desdobramentos do caso, está a suposta existência de gravações que registram irregularidades na campanha da governadora Yeda, em 2006. Os vídeos teriam sido feitos pelo empresário Lair Ferst, que atuou na equipe do PSDB.

- A denúncia foi feita pelo PSOL em 2009. Integrantes da sigla garantem ter assistido às gravações por intermédio do então vice-governador, Paulo Feijó. Na Justiça, Feijó deu versões diferentes sobre o episódio. Primeiro, confirmou a versão do PSOL e, depois, negou ter mostrado as cenas ao partido. Passados quase cinco anos, os vídeos nunca vieram à tona.

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