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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

DENÚNCIA DE CAIXA 2 NA GESTÃO TUCANA EM SP

ZERO HORA 22 de novembro de 2013 | N° 17622

GOVERNO DE SP. Denúncia de caixa 2 atinge gestão tucana. Executivo aponta pagamento de propina a políticos em esquema de cartel


Pela primeira vez desde o início do escândalo no sistema de trens e metrô de São Paulo, em julho, veio à tona um documento oficial que trata de supostas propinas pagas a políticos ligados a governos do PSDB. A documentação gerou reação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), uma vez que quatro secretários estaduais são envolvidos em suspeitas de corrupção.

A fonte da denúncia é um relatório entregue por um ex-diretor da multinacional Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no dia 17 de abril. O Cade investiga a existência de cartel nas licitações de trens e metrô em São Paulo, e a Siemens colabora com a apuração.

No documento, Everton Rheinheimer assegura ter “documentos que provam a existência de um forte esquema de corrupção durante os governos Mario Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM”.

O ex-diretor afirma que o atual chefe da Casa Civil no governo Alckmin, deputado licenciado Edson Aparecido (PSDB), foi apontado por um lobista como um dos recebedores de propina das multinacionais suspeitas de participar do esquema.

Rheinheimer também cita outros políticos como “envolvidos com a Procint”. Segundo as investigações, a Procint Projetos e Consultoria, de Arthur Teixeira, é suspeita de intermediar propina a agentes públicos.

Ele menciona o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) e os secretários estaduais José Aníbal (Energia), Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico). Garcia é do DEM. Os demais, do PSDB. Até agora, o Ministério Público e a Polícia Federal apontavam suspeitas de corrupção que envolviam só ex-diretores de estatais.

Diretor da divisão de Transportes da Siemens, onde trabalhou por 22 anos, até março de 2007, Rheinheimer prestou depoimento à PF em regime de colaboração premiada. Em troca de eventual redução de pena ou até mesmo perdão judicial, decidiu contar o que sabe do cartel.

“Trata-se de um esquema de corrupção de grandes proporções, porque envolve as maiores empresas multinacionais do ramo ferroviário como Alstom, Bombardier, Siemens e Caterpillar e os governos do Estado de São Paulo e do Distrito Federal”, escreveu ele, no relatório. Segundo o documento, a fraude ocorreu de 1998 a 2012.

No relatório, Rheinheimer disse ter tido ajuda de um deputado do PT para se encontrar com a cúpula do Cade e fazer a denúncia. Ele se diz disposto a contar o que sabe, mas sugere receber em contrapartida a nomeação para um alto cargo na mineradora Vale.


Suspeitos rebatem as acusações de ex-diretor


O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) disse ontem que solicitou ao Cade toda a documentação referente à nova denúncia de corrupção. Segundo ele, o objetivo é “apurar rigorosamente tudo”.

Todos os políticos citados no relatório negaram as suspeitas. O secretário de Energia, José Aníbal (PSDB), afirmou que vai processar o ex-diretor da Siemens por calúnia, difamação e danos morais. Aníbal ressaltou que Everton Rheinheimer “barganhou suas acusações em troca de proteção e de emprego junto ao PT”. Chefe da Casa Civil, Edson Aparecido desafiou o executivo a apresentar provas contra ele.

Já o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) negou ligação com empresa suspeita de pagar propina. O secretário de Transportes, Jurandir Fernandes, afirmou conhecer o lobista citado por Rheinheimer, mas afirmou tratar-se de uma relação “totalmente profissional”.


FORA DOS TRILHOS
Escândalo teve início com confissão da multinacional alemã Siemens

- A Siemens fez um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão de combate a práticas prejudiciais à livre concorrência, informando que participou, com outras empresas, de cartéis para fraudar licitações do governo de São Paulo entre 1998 e 2008.

- As fraudes teriam acontecido em licitações para venda e manutenção de metrôs e trens nos governos Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. Multinacionais combinavam entre si quem ganharia e quem perderia as concorrências, para conseguir forçar os preços a serem superfaturados.

- Segundo as apurações, a Siemens subcontrataria empresas para pagar propinas a políticos e diretores de estatais. Outra vertente do esquema usava contas no Exterior, em paraísos fiscais. Agora, veio à tona um relatório de um ex-diretor da Siemens citando nomes de políticos ligados ao PSDB.

- O esquema de cartel teria causado prejuízo de R$ 577 milhões. No início do mês, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 60 milhões em bens de ex-diretores da estatal de trens CPTM e de empresas investigadas. A decisão da Justiça visa a ressarcir eventuais prejuízos aos cofres públicos.



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