VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O CENÁRIO ELEITORAL

ZERO HORA 20 de setembro de 2013 | N° 17559


EDITORIAIS




Um dos impactos inevitáveis da admissão de mais um recurso para condenados do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) será sobre a campanha eleitoral. Isso porque o novo julgamento de integrantes do chamado núcleo político coincidirá com a campanha para a sucessão em âmbito estadual e presidencial. É uma pena, pois o país já tem problemas demais para enfrentar em várias frentes, inclusive na área política, e poderia estar hoje com essa página virada. Como as mudanças mais esperadas não ocorreram a começar pela sempre adiada reforma política , os eleitores precisarão se mostrar ainda mais atentos a partir de agora para reduzir os riscos na sua tomada de decisão frente às urnas.

No Brasil, o financiamento de campanhas eleitorais costuma se constituir em fonte permanente de corrupção. Por isso, a punição dos responsáveis pela compra de apoio parlamentar para o governo, neste momento, poderia servir de desestímulo para eventuais desvios. A tendência, assim, é de que a postergação da decisão final e as margens que se abrem para redução e mesmo alteração de penas sejam usadas eleitoreiramente como argumento para candidatos interessados em garantir votos, tanto da situação quanto de oposição, cada um pelo ângulo que mais lhe convém. Se o STF não consegue se mostrar apto para punir com a rapidez esperada, se o Congresso lava as mãos em relação à reforma política e se os chefes de Executivo se veem a todo momento às voltas com irregularidades, é inevitável que o eleitor se mostre descrente em relação à política, o que é péssimo para a democracia.

Alguns movimentos registrados agora dão uma ideia clara dos interesses associados à política, que nem sempre coincidem com os da população. Um deles é a opção pela entrega de cargos de confiança ocupados por apadrinhados de partidos políticos nas esferas estadual e federal por parte de dirigentes interessados na disputa de 2014. Outro é a reforma ministerial prevista pela presidente Dilma Rousseff, motivada pela intenção de muitos de seus integrantes do primeiro escalão de concorrerem em outubro do próximo ano. Ambas as situações contribuem para passar uma ideia do quanto a política, muitas vezes, é usada mais para contemplar interesses pessoais do que para zelar pelos anseios do bem comum.

A moralização da política é uma luta permanente, da qual o eleitor não pode desistir nunca, por mais que as condições sejam adversas, como as previstas para 2014. O país precisa de instituições em condições de fornecer respostas com a agilidade que faltou ao STF, com mais disposição para mudar no caso do Congresso e com organismos de fiscalização que realmente funcionem, mas também da pressão firme e permanente por mais ética por parte da sociedade.

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