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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

DESVIOS DE RECURSOS DE SINDICATO PARA FUNDAR O PSOL


Em gravação, Janira Rocha admite desvio de recursos para uso político. Parte da verba do Sindisprevi/Rio teria sido usada para fundar PSOL. Áudio integra dossiê que dois ex-assessores dela tentaram vender

LUIZ ERNESTO MAGALHÃES
O GLOBO
Atualizado:4/09/13 - 16h36



RIO — Gravações que integram o dossiê que dois ex-assessores da deputada Janira Rocha (PSOL) tentaram vender à secretária estadual de Defesa do Consumidor, Cidinha Campos, mostram a parlamentar confirmando ter havido desvio de dinheiro do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindisprevi/Rio) para fins eleitorais. Parte dos recursos, inclusive, teria sido usado para a fundação do PSOL com a conivência de diretores do sindicato, que teriam assinado documentos atestando que receberam recursos que, na verdade, jamais chegaram ao destino final. Ex-diretora de finanças do Sindisprevi/Rio, a deputada era presidente do Diretório Estadual do PSOL e líder do partido na Assembleia Legislativa (Alerj) até esta segunda, mas se afastou dos cargos com a divulgação das denúncias.

— Nós sentamos lá nas finanças. Pegamos o relatório do Conselho Fiscal e fomos atrás de todas as informações. O que foi e não foi. O que foi para a regional A, B C. Não tem nenhum companheiro de regional que tenha roubado nada, que tenha ficado com dinheiro. Tem companheiro que está levando pecha de coisas com o dinheiro. Mas ele nem ao menos chegou a ver o dinheiro. Ele assinou (que recebeu) mas o dinheiro foi usado para ações políticas que nós fizemos. Ou viajar de avião para o Acre é barato? Ou fazer eleição na Bahia é barato? Ou fundar o PSOL foi barato? Ou dar dinheiro para o movimento classista foi barato? Foi para ação política — afirmou Janira Rocha na gravação.

Procurada, Janira disse que não comentar as acusações enquanto não tiver acesso ao material apreendido. Ela ainda não está em Plenário.

O líder do PSOL na Alerj, deputado Marcelo Freixo, disse que ainda não recebeu cópias do áudio. Ele disse não acreditar que o dinheiro do sindicato tenha sido usado para fundar o PSOL como afirma Janira Rocha na gravação. Segundo ele, o partido, inclusive, convive com dificuldades financeiras:

— Desconheço que houve desvio de dinheiro. O sindicato é uma coisa. O partido é outra. Além disso, a deputada tem o direito de defesa. O PSOL já pediu que a corregedoria e o Conselho de Ética da Alerj que investiguem a conduta da deputada. Mas ela mesmo já deixou claro que qualquer atitude que tenha tomado é de responsabilidade dela, não do partido — dise Freixo.

A assessoria de Janira não localizou a deputada no início da atarde desta quarta-feira para comentar o teor da gravação. Os áudios integram um dossiê que dois ex-assessores tentaram vender à secretária estadual de Defesa do Consumidor, Cidinha Campos, por R$ 1,5 milhão, na segunda-feira. Cidinha fingiu interesse, chamou a polícia, e os dois foram presos, mas liberados em seguida.

Nesta terça-feira, Janira admitiu que a voz é dela, mas alegou que as declarações foram editadas e apresentadas fora do contexto original. Entre os militantes afastados, estão os dois ex-assessores Marcos Paulo Alves e Cristiano Ribeiro Valladão, que tentaram vender o dossiê. Os casos estão sendo levados também ao Conselho de Ética do PSOL com a recomendação de expulsão feita pelo Diretório Estadual do partido. A deputada e mais nove militantes que ela recrutou para o PSOL também serão investigados pelo conselho nacional de ética do partido.

O corregedor da Assembleia Legislativa, deputado Comte Bittencourt (PPS), abriu sindicância para apurar a suspeita de quebra de decoro parlamentar por parte da deputada Janira Rocha. O processo pode levar até à perda do mandato.

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