VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

PÉSSIMA IMAGEM



ZERO HORA 13 de agosto de 2013 | N° 17521

EDITORIAIS


Ainda que tenha aprovado ou esteja em vias de aprovar medidas exigidas pela população, como a que destina recursos dos royalties do petróleo para saúde e educação e a que descarta a ideia de cura gay, o Congresso Nacional está longe de reverter a péssima imagem mantida perante a opinião pública. Segundo o Datafolha, a reprovação ao parlamento alcançou um novo pico depois dos protestos de junho, subindo de 33% para 42%. Entre os ouvidos pelo instituto, 45% consideraram ruim ou péssima a resposta do Legislativo às manifestações, enquanto os que optaram pelos conceitos ótimo ou bom somaram 13%.

Avaliações negativas do Congresso em pesquisas de opinião não são exatamente novidade no Brasil. A reprovação já foi de 48% (em 2005, quando veio à tona o escândalo do mensalão), de 45% (ao se saber que uma empreiteira havia fornecido ajuda ao presidente do Senado, Renan Calheiros) e de 44% (durante o escândalo dos chamados atos secretos do Senado). Tampouco trata-se de fenômeno exclusivamente brasileiro. Desde os anos 1970, cientistas políticos observam que uma quantidade crescente de cidadãos de um número expressivo de países tende a expressar de forma pública seu descontentamento com as instituições. Para explicar o fenômeno, cunhou-se uma expressão, “déficit democrático”, que expressaria a disparidade entre o desempenho dos regimes democráticos e as aspirações do público. Independentemente da análise que se faça, é difícil deixar de admitir que uma queda consistente na confiança nas instituições de forma geral, e no parlamento em particular, é nociva para o Estado democrático de direito.

A única resposta cabível à pesquisa do Datafolha deve partir das lideranças do Congresso, dos partidos políticos e dos próprios parlamentares. Afinal, em seu conjunto, esses atores representam a sociedade e só têm serventia como participantes do processo político se puderem refletir os anseios da população. Do contrário, seria preciso admitir que se trata de uma oligarquia, que age nas esferas de poder a serviço de seus próprios interesses e não do coletivo. O Brasil está na véspera de mais um ano eleitoral, no qual o eleitorado brasileiro será chamado a renovar os Legislativos federal e estaduais. Não cabe dúvida de que a confiança perdida pelos congressistas só poderá ser recuperada com transparência, ética e correção de práticas nefastas como o recentemente denunciado uso de verba oficial para transportar parlamentares em jatos da Força Aérea Brasileira e pagar hotéis de luxo em Brasília. Está claro que o Congresso não precisa somente de uma agenda positiva, na qual matérias longamente discutidas finalmente entrem na pauta de votações, mas de um alinhamento integral com os interesses expressos pelos brasileiros de distintas formas, a começar pelo respeito à Constituição e às leis. Com isso, pode-se inaugurar uma nova fase no relacionamento entre representantes e representados.

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