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domingo, 18 de agosto de 2013

O POVO COBRA, MAS AS QUEIXAS PERSISTEM


ZERO HORA 18 de agosto de 2013 | N° 17526

JULIANA BUBLITZ

O POVO COBRA
Por que as queixas persistem. Saúde, educação e segurança recebem mais dinheiro, mas se mantêm como principais focos das reclamações populares


Os investimentos públicos cresceram, a desigualdade social caiu e o país avançou nas últimas décadas, mas três áreas fundamentais continuam no topo das reclamações dos brasileiros. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Ibope após as manifestações de junho, saúde, segurança e educação são os setores que recebem mais queixas da população, e especialistas veem com ceticismo a perspectiva de mudanças em curto prazo.

A pedido de ZH, o governo do Estado e os ministérios da Saúde, da Educação e da Justiça elencaram as principais ações em andamento, consideradas importantes para reverter a percepção das ruas.

No âmbito federal, o pacote envolve aportes milionários. Um dos setores com maior injeção é a saúde. Segundo a União, o investimento triplicou em 10 anos. As verbas são destinadas principalmente à atenção básica. Na esfera estadual, o governador Tarso Genro aposta na recuperação de escolas e na qualificação de professores, entre outras medidas.

Apesar dos esforços, pesquisadores acreditam que é pouco.

– Não tenho a menor dúvida de que essas áreas críticas vão continuar no topo das reclamações. O país cresceu, mudou de cara, e começaram aparecer gargalos estruturais – diz o economista Valdemir Aparecido Pires, da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Investimento maior não é garantia de melhor resultado

A julgar pelos números, dinheiro não parece ser o único problema. Se em saúde os investimentos federais deram um salto, em educação as cifras duplicaram. Mesmo assim, não há garantia de êxito. Um dos exemplos disso está no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Conforme a Controladoria-Geral da União (CGU), sete em cada 10 municípios fazem mau uso das verbas repassadas pelo fundo.

– Dinheiro não é tudo. A questão é saber como ele está sendo gasto – diz Eugenio Lagemann, do curso de Economia do Setor Público da UFRGS.

Isso não significa que seja impossível avançar. A virada de jogo, para o professor Alvaro Martim Guedes, do Departamento de Administração Pública da Unesp, também depende da população:

– Uma parte da sociedade virou as costas para a escola pública, por exemplo. Isso precisa mudar. A sociedade precisa se mobilizar pela educação.





COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Esta matéria é mais uma comprovação da visão míope da imprensa brasileira, dos poderes e da sociedade brasileira no tratamento das questões de saúde, educação e segurança. Elas atiram nas costas do Poderes Executivos Federal e Estaduais a responsabilidade pelas soluções, como estas estivessem na seara administrativa e restritas aos investimentos financeiros. Na realidade, as soluções estão num conjunto de planos, estrutura, objetivos, processos, ações e obrigações envolvendo os três Poderes e suas instituições democráticas. Só uma visão holística, sistêmica, desprovida de corporativismo e comprometendo os três Poderes  poderá garantir o pleno atendimento das demandas do povo. Os poderes políticos precisam de controles, enxugamento estrutural, contenção de gastos em privilégios, redução de cargos comissionados, leis melhores e uma justiça realmente independente, próxima, ágil, coerente, exemplar, moralizadora, coativa e comprometida na consolidação da supremacia do interesse público, em especial nas questões essenciais à população envolvendo o futuro dos jovens, a vida, a saúde, o patrimônio e o bem estar das pessoas.     

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