VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

BASTA DE VOTO SECRETO NAS CASSAÇÕES


ZERO HORA 30 de agosto de 2013 | N° 17538

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA


Dizer que seu voto não faria diferença no resultado da votação que manteve o mandato de Natan Donadon pode aplacar o drama de consciência dos deputados faltosos, mas é um argumento cretino. Todos os que faltaram à sessão de quarta-feira à noite carregarão em sua biografia a responsabilidade por um dos piores momentos do Congresso brasileiro. Faltar à sessão foi o mesmo que se abster ou votar contra a cassação de Donadon, um homem condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 13 anos de prisão por desvio de dinheiro público. Por coerência, deveriam levar maçãs e lenços umedecidos ao colega confinado no Presídio da Papuda, já que ele reclamou da comida ruim e do banho frio.

Do Rio Grande do Sul, foram 14 os deputados ausentes. Não é pouca coisa em uma bancada de 31. A metade alegou compromissos na Expointer para explicar sua presença no Rio Grande do Sul em um dia normal de sessão. José Otávio Germano teve uma indisposição, Eliseu Padilha tinha que acompanhar a audiência de um cliente do seu escritório de advocacia, Beto Albuquerque estava representando a Câmara na Jornada de Literatura de Passo Fundo, Darcísio Perondi optou por ficar com a família enlutada pela morte de um cunhado, Enio Bacci veio ao Estado preparar um seminário marcado para 11 de setembro, Renato Molling precisava comparecer a uma audiência no Fórum de Sapiranga e Vilson Covatti marcara um exame médico justo para a manhã de ontem.

Diante do resultado, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, suspendeu Donadon e convocou o suplente. Com isso, criou a figura da “licença-presídio”, como definiu a senadora Ana Amélia Lemos (PP), colega de partido de boa parte dos ausentes.

O que fica desse episódio lamentável é o pouco apreço que a maioria dos parlamentares tem por suas obrigações. Quase metade da bancada gaúcha se omitiu. Os outros 17 garantem que votaram pela cassação, mas nunca conseguirão provar, porque o voto é secreto. O vexame da quarta-feira terá pelo menos uma serventia: nos próximos processos de cassação, o voto será aberto. O eleitor tem o direito de saber como vota seu representante no parlamento.

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