VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 2 de abril de 2013

A OCUPAÇÃO DA MÁQUINA


ZERO HORA 02 de abril de 2013 | N° 17390

EDITORIAIS



A mais ampla pesquisa realizada até agora sobre a burocracia dos Estados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que, de maneira geral, os governadores reproduzem de forma ainda mais acentuada o excesso de contratações sem concurso que, muitas vezes, criticam no governo federal. Em 2012, os 27 governadores empregavam nada menos do que 105 mil funcionários sem concurso. Na administração direta, o número de funcionários admitidos no regime de cargo de confiança nos Estados equivale a 2,8% do total, percentual que contrasta com o de 0,7% em âmbito federal. Pelo custo que representa e por ampliar muitas vezes as margens para corrupção, essa é uma prática que deveria ser reduzida realmente ao essencial.

Comum entre dirigentes de praticamente todos os partidos, a tendência ao empreguismo desenfreado chama a atenção pela normalidade com a qual é encarada entre quem costuma se mostrar crítico da alternativa quando praticada em outros níveis da federação. Como é previsível, a maioria alega razões fortes para contratar sem concurso e a salários elevados um número muitas vezes preocupante de servidores sem submetê-los a critérios impessoais de seleção. Na prática, esses casos acabam se constituindo numa forma fácil de favorecer correligionários e apadrinhados políticos, que muitas vezes sequer preenchem requisitos mínimos para ocupar a vaga.

A falta de transparência do setor público e o empenho de familiares e amigos em acobertar quem arranja uma oportunidade de trabalho no setor público graças a relacionamentos políticos favorecem a continuidade do empreguismo, perpe- tuando-o. O país, porém, tem o dever de reduzir esse tipo de favor com dinheiro do contribuinte.

A reforma política que entra numa fase de debate decisivo no Congresso seria uma oportunidade de os parlamentares imporem um freio ao empreguismo movido por interesses. A dúvida, porém, é se os políticos brasileiros estão mesmo decididos a conter a pressão de apoiadores interessados em obter algum tipo de vantagem, incluindo a salarial, para familiares e amigos na máquina pública.

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