VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

PROJETO AUTORITÁRIO


ZERO HORA 05 de dezembro de 2012 | N° 17274

EDITORIAIS


Está definida a linha básica da celebração que o partido governista pretende realizar em 2013, para assinalar uma década da chegada ao poder em Brasília. Os propósitos foram tornados públicos pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, em palestra no encontro de prefeitos e vereadores da sigla, na última segunda-feira. O líder partidário expôs com clareza quais são os objetivos prioritários da comemoração, que, sob seu ponto de vista, deve fortalecer a democracia. O que o projeto exposto apresenta é, na verdade, a repetição de teses que o partido vem defendendo ultimamente e que, sob quaisquer pontos de vista que não sejam os dos seus formuladores, caminham exatamente na direção contrária à do fortalecimento das instituições.

O jeito petista de governar, conforme Falcão, defende inicialmente uma reforma política que acabe por subsidiar os partidos com o financiamento público de campanha. Para que o país seja mais democrático, ainda de acordo com a visão petista, é preciso que a militância esteja atenta ao que define como “mídia monopolizada” e “Judiciário conservador”. A mídia seria o obstáculo ao prolongamento da permanência no poder, porque exerceria, muito mais do que os partidos, uma oposição real ao governo. O líder não teceu maiores comentários à Justiça conservadora, mas ficou evidente a reiteração do ressentimento com a postura adotada pelo Supremo no julgamento do mensalão.

Partidos devem defender programas e projetos com convicção, por mais estranhos que possam parecer, pois a democracia só prospera em ambientes que toleram e estimulam a convivência de diferenças e discordâncias. Não é razoável, no entanto, que se aceitem sumariamente ideias conflitantes com o que a democracia tem de mais elementar. O que os ataques à mídia escondem é exatamente o desconforto com a diversidade e com a missão do jornalismo como vigilante do interesse público, como se comprova agora com a divulgação de mais um escândalo no núcleo do poder.

O que o líder petista chama de mídia monopolizada é a que mantém independência em relação a projetos que incluem corrupção, aparelhamento do Estado e compra de apoio político. O que rotula de Judiciário conservador é um Supremo Tribunal Federal corajoso a ponto de determinar, num julgamento histórico, a condenação de políticos graúdos que traíram a confiança da população. Da lista de proposições do partido, até da reforma política, que é necessária para o país, deve-se desconfiar, quando o primeiro ponto colocado é o confisco de dinheiro dos contribuintes para financiar as agremiações mais poderosas. Ainda bem que a democracia se fortalece a cada tentativa, como a defendida pelo presidente do PT, de submissão da imprensa e do Judiciário a ambições autoritárias.

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