VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 6 de outubro de 2012

VOTAR BEM OU SER GOVERNADO POR QUEM NÃO SE QUER

JORNAL DO COMERCIO, 05/10/2012

EDITORIAL

Vereadores e prefeitos são os políticos, basicamente, mais importantes em nossas vidas. Afinal, nascemos, estudamos, trabalhamos, casamos, criamos os filhos e, provavelmente, morreremos na mesma cidade. Então, ela é o que mais nos interessa em termos de administração pública. A importância do poder que vamos conferir a um prefeito e a um vereador provém da capacidade que o voto tem. Afinal, os eleitos poderão contribuir muito bem ou muito mal. No entanto, às vezes somos mais instrumentos das circunstâncias do que agentes da nossa própria vontade. Por isso, na campanha eleitoral, alguns falaram sem conhecimento de causa em assuntos que não dizem respeito à prefeitura ou à Câmara Municipal. Muitas atribuições, pela Constituição Federal, cabem aos estados ou ao governo federal. Então, de boa vontade e ideias os municípios tiveram uma miríade de promessas, a maioria de pouca aplicação prática. Porém, a Câmara Municipal é um corte vertical da sociedade, com suas virtudes e defeitos. Temos nos legislativos pessoas que representam as elites, a classe média e os menos afortunados. Administrar um município é complexo e, como o Brasil é o país das leis, temos milhares delas, que se superpõem e pouco resolvem. Pelo contrário, algumas apenas complicam. Se leis resolvessem os nossos problemas cotidianos, teríamos cidades e populações felizes ad eternum.

Devemos escolher bem o candidato, examinar o seu perfil, seja para o futuro líder municipal ou o representante na Câmara. Ou votamos bem, ou nos arriscamos a sermos governados por quem não desejamos. Não que o nosso candidato, caso não vença, nos atirará nos braços do abismo administrativo irresponsável, isso não. Em todos os partidos temos pessoas de bem, com boas intenções e que buscam um futuro melhor. Entretanto, só isso não basta. As cidades são complexas, as verbas vêm do Estado e da União, em parte. Administrar a saúde é algo problemático, a educação tem uma rede municipal e, outra, estadual, onde geralmente os vencimentos são diferentes, em favor das prefeituras. Também não se pode esquecer que o compromisso de saber o histórico dos candidatos é mais dos eleitores do que dos postulantes a serem prefeitos ou vereadores. Cabe a cada um verificar isso. Há nomes que são conhecidos por motivos pouco lisonjeiros, mas, assim mesmo, acabam sendo eleitos. Depois, não adianta criticar “a classe política”, pois nós é que elegemos. Votar não é um programa dominical descompromissado. É apostar no futuro da cidade, com repercussões positivas ou negativas que poderão se estender por décadas. Não podemos esquecer que cada movimento das ideias está confinado entre dois pontos fixos: o seu estado de completa inibição e o seu estado de completa liberdade. Por isso, há um esforço natural e constante de todas as ideias de retornar a seu estado de liberdade total, com ausência de inibição. É isso que acontece a cada eleição. Reclamamos, indignamo-nos, mas podemos estar votando erradamente. Faz parte da democracia, mas geralmente é o reflexo dos nossos atos a presença de maus políticos nos parlamentos, nos executivos e em todas as esperas dos poderes públicos. Boa eleição a todos.

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