VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

FINANCIAMENTO PÚBLICO DOS SENADORES


ZERO HORA 19 de outubro de 2012 | N° 17227

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA

Financiamento público

A apresentação de notas fiscais para se ressarcir de despesas contraídas em atos de campanha eleitoral, como fizeram os senadores Ana Amélia Lemos (PP) e Paulo Paim (PT), não é a única forma de emprego do dinheiro público na caça ao voto. Essa é a que pode ser comprovada pelo simples cruzamento das despesas com a agenda de campanha, como fez o repórter Álvaro Andrade, da Rádio Gaúcha. O problema é o uso invisível ou de difícil comprovação da estrutura dos gabinetes, a começar pelos funcionários.

Ana Amélia atribuiu a cobrança de uma conta de R$ 829 da Churrascaria Barranco a um erro dos funcionários do seu gabinete e anunciou a devolução imediata do dinheiro. Foi surpreendente por se tratar de uma senadora tão ciosa da imagem de austera, uma entre os poucos que abriram mão do auxílio-moradia porque têm casa própria em Brasília. O episódio obrigará Ana Amélia a não terceirizar totalmente a contabilidade dos seus gastos. O jantar com Manuela D’Ávila e dirigentes do PC do B era um ato típico de campanha que, segundo a senadora, não seria cobrado nem do PP – era despesa particular.

As justificativas do senador Paulo Paim também dão o que penar. Afora o fato impressionante de Paim cobrar do Senado até despesas irrelevantes, como uma garrafinha de água, chama a atenção a explicação para o pagamento de um hotel em Picada Café no mesmo período em que participou de um comício. Paim diz que foi prestar contas do mandato. Debaixo desse guarda-chuva da “prestação de contas do mandato”, cabe qualquer coisa, inclusive as locações de carros durante a campanha eleitoral. Se o eleitor vai considerar a explicação razoável, é outra história.

Os abusos são comuns no Senado e na Câmara, mas por aqui também se encontram sinais evidentes de uso de dinheiro público na campanha eleitoral – do aumento dos gastos com combustível na Câmara de Vereadores ao emprego de CCs em atividades que nada têm a ver com o exercício do mandato de deputados, vereadores, prefeitos e ex-secretários.

É por essas e outras que, quando se fala em financiamento público de campanha, se diz que ele já existe, mas é exclusivo de quem tem mandato.

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