VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

COMPRA DE VOTO

 
zero hora 18 de setembro de 2012 | N° 17196

A HORA DA DECISÃO

Relator: PT comprou votos do PP

Barbosa associou saques do grupo a datas de votações

 GUILHERME MAZUI | Brasília

Ao entrar na análise do núcleo político do mensalão, ponto central do julgamento, o ministro Joaquim Barbosa foi explícito: o PT comprou apoio parlamentar no Congresso durante o primeiro mandato de Lula.

Ontem, o relator reafirmou a essência do escândalo. E votará pela condenação dos réus ligados ao PP, um dos partidos envolvidos. Para Barbosa, houve corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha nos casos do deputado Pedro Henry, do ex-deputado Pedro Corrêa e do assessor João Claudio Genu.

Com o começo do voto sobre o item seis da denúncia, que trata do pagamento de propina a parlamentares na Câmara, Barbosa ainda pavimentou o caminho para condenar, nas próximas sessões, o trio petista Delúbio Soares, José Genoino e José Dirceu. O item seis cita quatro partidos da base aliada de Lula (PP, PTB, PMDB e PL, atual PR) e 23 réus, entre eles Roberto Jefferson (PTB), delator do esquema. Para tornar clara a engenharia financeira e política do mensalão, Barbosa repetiu a estratégia das etapas anteriores do julgamento. Procurou contar uma história no voto, desqualificando os argumentos das defesas. Após a Corte entender que a operação teve desvio de recursos públicos, lavados por empréstimos fraudulentos, o relator entrou no capítulo seguinte da história.

–Não há qualquer dúvida sobre o esquema de compra de votos a esta altura do julgamento – afirmou.

Conforme a denúncia, os partidos da base receberam cifras milionárias do PT. Os destinatários foram indicados por Delúbio Soares mediante intermediação de Marcos Valério. A contrapartida veio no apoio em votações estratégicas na Câmara, como as reformas da previdência e tributária. No segundo caso, conforme Barbosa, em setembro de 2003 as quatro legendas cooptadas deram 170 votos favoráveis ao PT, que durante três semanas pagou aliados.

O primeiro partido abordado por Barbosa foi o PP. Nas próximas sessões ele tratará do PTB, PMDB e PL, além dos principais réus petistas.

– Pela narrativa do ministro, os três (petistas) não escapam – vaticina o advogado de um dos réus.


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