VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A VOLTA DO FRAGELO

FOLHA.COM 08/08/2012 - 03h00

EDITORIAL


Ao longo do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a economia do Nordeste se expandiu a taxas superiores à média nacional. De 2003 a 2009, segundo o IBGE, a renda nordestina teve crescimento de 32,8%, enquanto a média brasileira se elevou em 27,5%.

Trata-se de um ritmo de 4% anuais, não tão espetacular como apregoa a propaganda governista, mas ainda assim o dobro do verificado nos sete anos anteriores.

Nos últimos meses, entretanto, o esgotamento generalizado do crescimento econômico foi agravado, no semiárido, pelos efeitos de uma das estiagens mais severas das décadas recentes.

Assiste-se a uma demonstração quase didática do contraste entre o surto de bonança, acelerado por programas de transferência de renda e reajustes do salário mínimo, e a persistência do atraso institucional e das deficiências de infraestrutura na região.

A reportagem da Folha flagrou episódios que reeditam o que de mais arcaico acompanha a seca nordestina --caso da entrega de água por carros-pipa condicionada ao apoio a políticos locais.

De outro lado, não se materializam os benefícios da transposição do rio São Francisco, projeto mais vistoso do governo para ampliar a distribuição de água no semiárido.

Proposto desde o século 19, mas arquivado em razão de custos elevados e resultados questionáveis, o empreendimento foi lançado em 2007 no esforço publicitário do PAC. Hoje, cinco anos depois, nem os balanços indulgentes do programa oficial conseguem ocultar o mau andamento das construções, que não serão concluídas antes de 2015.

O orçamento da obra, já elevado de R$ 4,7 bilhões para pelo menos R$ 8,2 bilhões, parece despropositado na comparação com alternativas para enfrentar a seca, como a construção de cisternas familiares.

Estima-se que 1,2 milhão desses reservatórios de alvenaria ou de polietileno bastariam para abastecer as famílias do semiárido sem acesso à rede pública de água.

Mesmo sem considerar as cisternas já existentes, o custo total variaria de R$ 2,6 bilhões a R$ 5,8 bilhões, a depender do material.

Há, todavia, algo a celebrar. Graças à rede de segurança armada com aposentadorias rurais e programas de assistência, o flagelo climático não tem mais reflexos tão dramáticos sobre a saúde da população, como os verificados nas secas inclementes de 1970 e 1982.

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