VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

TRABALHISMO PAPA-TUDO

REVISTA ISTO É N° Edição:  2226 09.Jul.12 - 13:58

Interessado em administrar quase R$ 300 milhões em títulos de loteria, PTB pressiona e consegue derrubar o responsável pela liquidação da Interunion Capitalização

Claudio Dantas Sequeira

chamada.jpg
PRESSÃO
Desde 2010, o PTB pressiona para substituir o liquidante da Interunion. Ofensiva teria partido do
deputado Jovair Arantes (abaixo), ligado ao presidente da sigla, Roberto Jefferson (acima).

01.jpg

Na quinta-feira 5, o responsável pela liquidação dos bens da Interunion Capitalização, José Emílio Quintas, foi demitido. Por trás de sua saída está o PTB, que deseja colocar alguém de sua confiança no cargo. O partido quer a todo custo controlar o que considera uma verdadeira “mina de ouro”. No cargo desde 2007, o liquidante descobriu nos livros contábeis da Interunion mais de R$ 260 milhões em títulos do Papa-Tudo, loteria controlada pela corretora Interunion, que nunca foram resgatados por seus compradores. Há também uma disputa judicial com a Vale do Rio Doce, que poderia render mais meio bilhão de reais para o grupo. “Os ex-controladores têm esperança de colocar as mãos nesse dinheiro”, acusa Emílio Quintas.

O agora ex-liquidante da Interunion se refere ao empresário Artur Falk, que responde na Justiça por crime contra o sistema financeiro nacional. Segundo apurou ISTOÉ, Falk firmou um acordo de cavalheiros com a cúpula do PTB. A articulação foi costurada pelo presidente do Sindicato dos Corretores do Rio, Henrique Brandão, que é ligado ao presidente da sigla – Roberto Jefferson. Em troca de benefícios no processo de liquidação, Falk ajudaria financeiramente o partido, por meio de acordos com escritórios de advocacia. As pressões para trocar o liquidante da Interunion se intensificaram a partir de 2010, ano eleitoral. “Nunca sofri isso na minha vida profissional. Fiz a liquidação do Banco Nacional e a do BANERJ. Não havia essa interferência”, alega Quintas.

Em 2010, o então chefe da Superintendência de Seguros Privados (Susep), ao qual a Interunion Capitalização está vinculada, Paulo dos Santos, foi chamado várias vezes no gabinete da liderança do PTB na Câmara para conversar com o deputado Jovair Arantes (GO). Participou de alguns desses encontros o deputado Nelson Marquezelli (SP). Apesar das pressões, Paulo dos Santos negou-se a atender os reiterados pedidos dos petebistas e acabou demitido do cargo. Um dos argumentos para trocar Quintas eram as ações que pesavam contra ele, tanto dentro da Susep como no Ministério Público e na Polícia Federal. Uma delas trata da venda do Hotel Nacional, que teria sido leiloado por preço abaixo do mercado para beneficiar o empresário goiano Marcelo Limirio, sócio do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Desde então, nenhum outro bem da Interunion foi vendido. “É uma grande armação. A suspensão do processo é prova disso”, diz Quintas. Uma vez resolvidos débitos trabalhistas, a liquidação do grupo entrou na fase das pendências tributárias. Só depois será a vez dos credores, o que não inclui integrantes do PTB.

Nenhum comentário: