VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 8 de julho de 2012

SOB O DOMÍNIO DA IMPUNIDADE E DO CRIME, ATÉ QUANDO?


Domingo, 8 de julho de 2012

Edição do Alerta Total - www.alertatotal.net 

Por Jorge Serrão

Na semana em que o governo federal lança o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas, para a formulação, implementação, execução, acompanhamento e avaliação das políticas públicas para tais questões essenciais, uma pesquisa oficial confirma que, sob o aspecto psicossocial, os brasileiros e brasileiras já são reféns do Governo do Crime Organizado.

O Sistema de Indicadores de Percepção Social de Segurança Pública do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelou um dado literalmente assustador. Pelo menos 62,4% da população teme morrer assassinada. Outros 62,3% temem ter muito medo de assalto à mão armada. Também 61,6% cultivam o temor de arrombamento residencial. E 54,5% morrem de medo de sofrer agressão física.

Pela leitura simples e objetiva da pesquisa do Ipea, os brasileiros e brasileiras vivem apavorados. Quem sobrevive deste jeito, por conseqüência natural, tem dificuldade de reagir e combater, de forma eficiente, o mal que o aflige. Logo, quem não reage acaba rastejando para o problema. Quando assume dimensão psicológica e social, influindo na vontade das pessoas, o sistema do crime vence e reina com mais facilidade. Ainda mais em um País de injustiças e impunidades sistemáticas.

O Estudo do Ipea indica que apenas 6% da população confiam muito na Polícia Civil. Outros 6,2%, na Polícia Militar. 8,9%, na Polícia Rodoviária, e 10,5%, na Polícia Federal. Pelo menos 12% dos entrevistados reclamaram que tiveram problemas cometidos pelas autoridades. Na lista negra, ameaças, extorsões, ofensas verbais e até agressões físicas. A pesquisa do Ipea aplicou 3.799 questionários de forma representativa para as regiões do Brasil, entre os dias 10 e 30 de março deste ano.

O teor de tal pesquisa se torna ainda mais alarmante quando temos a informação segura de que, nos bastidores do Judiciário, já se dá como muito provável a previsão de absolvição para a grande maioria dos 38 supostos mensaleiros. A tendência é que a maioria dos ministros do STF considera que não se pode comprovar o mensalão. No entanto, para não deixar no ar alguma impressão de impunidade, desagradando a opinião pública e publicada, o STF deve aplicar condenações aos réus que, comprovadamente, cometeram algum tipo de crime de lavagem de dinheiro. As acusações de peculato e formação de quadrilha, com o mensalão “incomprovável”, ficariam prejudicadas – o que facilitaria a absolvição dos principais acusados.

O medo psicologicamente cultivado pela população e mais um terrível e péssimo exemplo de impunidade dado pelo caso do Mensalão podem agravar ainda mais nossa crise institucional, abrindo espaço para duas coisas. Ou para uma ruptura (menos provável, dada a desmobilização e a inação do povo amedrontado). Ou para a consolidação do Governo do Crime Organizado, que atende aos interesses globalitários, anti-brasileiros, de nos manter sob exploração e subdesenvolvidos.

Os segmentos esclarecidos da sociedade brasileira – espera-se que menos amedrontados – vão mudar o quadro vigente? Ou vão permanecer covardes e se curvando ao Governo do Crime, apenas protestando para si mesmos, entre seus seletos grupos ou via internet? A resposta para tais dúvidas definirá o destino próximo do Brasil: Nação soberana e potência mundial ou Nação subalterna e impotente diante dos esquemas que a vilanizam.

Enquanto ninguém decide, milhares de políticos ficha-e-contas-sujas começam o patético teatrinho para conquistar seu voto, garantindo-lhes um empregão público por quatro anos aos 5.563 prefeitos de municípios brasileiros com 56.818 vereadores. Uma festança!

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.

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