VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

NÃO PRECISA EXPLICAR, EU SÓ QUERIA ENTENDER





BEATRIZ FAGUNDES, O SUL

Porto Alegre, Quarta-feira, 18 de Julho de 2012.


O senador Wilder Morais (DEM-GO), que assumiu o mandato que pertencia ao senador Demóstenes Torres, vai receber cerca de 13 mil reais referentes ao mês de julho. Desde que assumiu o cargo, na última sexta-feira, ele não voltou ao Senado.

O "dolce far niente", de preferência em algum destino paradisíaco, proibido para os eleitores-contribuintes, passa a ser a realidade de muitos parlamentares do doce endereço na Esplanada dos Ministérios em Brasília! Nesta quarta-feira, o Congresso entra em recesso e só retoma os trabalhos em 1 de agosto. O senador Wilder Morais (DEM-GO), que assumiu o mandato que pertencia ao senador Demóstenes Torres, vai receber cerca de 13 mil reais referentes ao mês de julho. Desde que assumiu o cargo, na última sexta-feira, ele não voltou ao Senado. A partir de hoje, já está gozando (da cara dos eleitores?) de "merecidas" férias! Segundo a assessoria de imprensa do Senado, Wilder (sem nenhum voto de qualquer eleitor do Brasil) terá direito a receber o valor proporcional aos dias depois que assumiu referente ao subsídio pago aos parlamentares, no valor de 26.723,13 reais, mesmo sem comparecer ao Senado no período. Wilder também receberá do Senado uma ajuda de custo para as despesas com a mudança. O valor da ajuda de custo não foi informado pelo Senado.

Escravizados, sem qualquer possibilidade de reação, somos submetidos a indecorosas realidades constitucionais a exemplo desta que garante benesses desconhecidas ao substituto do senador defenestrado, o qual, sem nenhum prejuízo à sua carreira, reassumiu o cargo no Ministério Publico de Goiás como Procurador concursado, com salário de mais de 23 mil reais mensais! Com a maioria absoluta da população sobrevivendo com menos de 800 reais por mês, essas ilhas de direitos e garantias produzem um amargo repúdio à suposta democracia como modelo de Estado. 

A propósito dessa insuportável condição de submissão a essa antiga e inevitável rede de privilégios a grupos de apaniguados por partidos e sindicatos, surpreende a decisão do Procon de Porto Alegre em proibir, com o apoio explícito da OAB gaúcha, a venda de novas linhas telefônicas móveis por parte de todas as operadoras. Que legal! Sabe como é, dá o "dedo" para pobre e ele já quer o "braço", diz o ditado.

Por que o Procon e a OAB não proíbem a venda de planos de saúde? Afinal, eles não estão conseguindo cumprir com os prazos máximos de agendamento de consultas e exames médicos. E quanto à venda de automóveis, então? Meu Deus, as montadoras só fazem vender mais e mais veículos sem que novas ruas, avenidas e estradas sejam construídas? Uau! Perceberam? Qual é a intenção do Procon de Porto Alegre e da OAB com relação à telefonia e internet? Vão querer parar a máquina do tempo? Não seria mais apropriado oferecer condições para as operadoras garantirem os serviços? De repente, nos defrontamos com um peso: atendimento decente e cumprimento da legislação com garantias aos consumidores (no caso das telefônicas) e duas medidas: por que outras atividades (saúde, ensino, trânsito e educação), que flagrantemente ignoram os direitos dos consumidores, são literalmente "protegidos", já que nada se faz ou se cogita contra elas? 

Lembro-me do personagem do programa humorístico Planeta dos Homens, que era Sócrates, um macaco: "Não precisa explicar, eu só queria entender!".

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