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quinta-feira, 28 de junho de 2012

UMA VOZ NA CPI

ZERO HORA, 28 de junho de 2012 | N° 17114

Depoente diz que tucano usou caixa 2

Jornalista pediu acareação e disse ter recebido R$ 40 mil das mãos do governador de Goiás


Em uma semana em que os convocados mais se calaram do que falaram, a CPI do Cachoeira teve ontem um depoimento que elevou a temperatura do Congresso. Sob protestos de parlamentares de oposição, o jornalista Luiz Carlos Bordoni fez acusações contra o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e se dispôs a fazer acareação com o tucano, ou mesmo com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Bordoni entrou na rota da CPI ao dar entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, quando afirmou ter recebido dinheiro de caixa 2 de Perillo. O jornalista prestou serviço ao tucano em todas as campanhas de que ele participou desde 1998.

De início, Bordoni disse que Perillo mentiu à CPI no dia 12, quando foi ouvido pelos parlamentares, e confirmou ter recebido dinheiro de duas empresas investigadas por irregularidades, a Alberto e Pantoja e a Adécio e Rafael, ligadas ao bicheiro.

O jornalista diz, ao todo, ter recebido cerca de R$ 140 mil de caixa 2 na campanha de 2010. Segundo Bordoni, parte do valor foi entregue pelo próprio tucano, em espécie, e outra parte foi paga por meio do grupo de Cachoeira. Coube a ele fazer a propaganda de rádio do então candidato.

O jornalista reconheceu que não tem como comprovar o recebimento de R$ 40 mil diretamente das mãos do governador. Afirmou não ter depositado o valor em banco e tampouco tê-lo declarado em seu Imposto de Renda – o que pode configurar crime de sonegação fiscal. O dinheiro, segundo o depoente, foi retirado de dentro de um frigobar pelo tucano e colocado num envelope amarelo.

Provocado por parlamentares, Bordoni concordou em ficar frente a frente com o governador.

– Peço acareação com todos, sem exceção – disse.

Segundo o jornalista, “agora é que a briga começou”.

– Eles vão ter que provar tudo isso, eu não tenho medo deles – disse.

Senador de oposição abandona sala e pede a convocação de Pagot

À medida que avança a CPI, a oposição sobe o tom das acusações de direcionamento das investigações.

Ontem, o senador Mário Couto (PSDB-PA) protagonizou um momento de tensão ao questionar o testemunho do jornalista Luiz Carlos Bordoni.

– Que caráter tem esse jornalista? Que moral? O senhor disse que recebeu dinheiro sujo, reconheceu que era sujo. Por que o senhor não devolveu o dinheiro? Tinha açúcar? Estava congelado? – perguntou o senador, aos gritos e com murros na mesa.

Em resposta, o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), pediu que o tucano tratasse o depoente com “urbanidade”. Irritado, Couto disse que abandonaria a CPI em protesto.

– Eu me retiro. Isso aqui é uma Disneylândia, uma avacalhação. Tragam o Pagot – afirmou Couto.

O senador tucano fazia referência a Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit, órgão que contratou a empreiteira Delta para obras de infraestrutura e que se pôs à disposição da CPI para depor.

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