VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

CACHOEIRA NA CPI

 
 
ZERO HORA, 23 de maio de 2012 

Perguntas, silêncio e irritação

 

O bicheiro não respondeu a nenhum dos questionamentos dos parlamentares sob a alegação de que primeiro falará à Justiça

Usando terno escuro, 16 quilos mais magro e com cabelos brancos, o bicheiro Carlinhos Cachoeira cumpriu ontem a cartilha de seus advogados, anunciada no dia anterior. Por duas horas e 23 minutos, permaneceu calado, irritando deputados e senadores e esvaziando a mais esperada sessão da CPI que o investiga.

Foram 30 “nãos” a 60 perguntas perguntas feitas por oito parlamentares. Alegando que pretende se manifestar antes na Justiça, ele disse que tem “muito a dizer”, mas saiu sem responder a nenhum questionamento e afirmou que só estava ali porque foi forçado a comparecer.

– Quem forçou foram os senhores – disse, ao justificar seu comportamento.

– Estamos aqui perguntando para uma múmia, uma pessoa que não quer responder – afirmou a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), que sugeriu o encerramento da sessão e teve sua proposta acolhida.

Cachoeira foi chamado por integrantes da CPI de “bandido”, “marginal”, “arrogante” e “criminoso”. Em alguns momentos, sorriu discretamente ao ser questionado.

Preso desde 29 de fevereiro, sob acusação de explorar jogos ilegais e comandar um vasto esquema de corrupção, o bicheiro saiu ontem pela primeira vez do complexo penitenciário da Papuda, sob forte esquema de segurança. Acompanhado pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, seu advogado, foi acomodado numa mesa lateral na CPI, por sua condição de presidiário.

Bicheiro deverá ser ouvido pela Justiça de Goiás dia 1º

A mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, acompanhou tudo no fundo da sala, de onde trocou olhares com o marido.

Nervoso e com aparência envelhecida desde sua última aparição em uma CPI, há sete anos, Cachoeira indicou sua disposição logo de cara.

– Constitucionalmente fui advertido pelos advogados para não dizer nada e não falarei nada aqui – disse.

– Somente depois da audiência que terei com o juiz, se achar que posso contribuir. Podem me chamar que responderei a qualquer pergunta.

Cachoeira deverá ser ouvido pela Justiça de Goiás no dia 1º de junho. A CPI decidiu convocá-lo novamente depois disso.

Por três votos a um, o Superior Tribunal de Justiça negou ontem pedido de liberdade apresentado pela defesa de Cachoeira.

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