VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

CPI CACHOEIRA - QUE NÃO SEJA SÓ MAIS UMA

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - ZERO HORA 20/04/2012

Poucas vezes se viu uma CPI ser criada com o apoio de tantos parlamentares como esta que deverá investigar as relações do empresário Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários. São 337 deputados e 72 senadores, mas nem por isso dá para alimentar a ilusão de que tudo será investigado. Se a vigilância não for permanente sobre as manobras para esvaziar as investigações, esta CPI corre o risco de dar em nada.

O PT apoiou a CPI com a esperança de enfraquecer a oposição, atingir a revista Veja e tirar o foco do mensalão, mas logo descobriu, pelas novas gravações e pela alegria dos opositores, que também será alvo. A ideia do ex-presidente Lula e do presidente do PT, Rui Falcão, de usar a CPI para “identificar os autores da farsa do mensalão” revelou-se precipitada. Agora que a comissão foi criada, governo e oposição vão se digladiar para mostrar que um está mais enrolado do que o outro na teia de Cachoeira.

Ex-presidente da CPI dos Correios, caso raro de investigação que teve consequências, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) reconhece que seus companheiros de partido se precipitaram e que a partir de agora vão tentar limitar o espectro da investigação à Operação Monte Carlo. Muito cômodo. Se é para ficar no que a Polícia Federal já fez, não há por que criar uma CPI. A obrigação do Congresso é ir além. É esmiuçar as relações incestuosas do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos e indicar novos casos para a Comissão de Ética ou para o Ministério Público.

O presidente da Câmara, Marco Maia, jura que a CPI não preservará ninguém. E que não há “qualquer movimento, do governo ou de partidos, com o objetivo de abafar ou tentar controlar o andamento da CPI”. Trata-se de uma declaração politicamente correta, mas Maia não é ingênuo para acreditar que o governo não usará sua maioria para rejeitar convocações e quebras de sigilo com potencial para criar problemas ao Palácio do Planalto.

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