VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 22 de março de 2012

NÃO EXISTEM VERBAS

BEATRIZ FAGUNDES, O SUL
Porto Alegre, Quinta-feira, 22 de Março de 2012.


A fala constante de todos os administradores quando recusam atender demandas do povo é sempre encerrada com a sinistra afirmação de que "não existem verbas".

Ninguém é ingênuo a ponto de não reconhecer motivações "políticas eleitoreiras" no tal do movimento Pula Roleta, que vem buscando espaço no cenário espetaculoso da Capital. Afinal, Porto Alegre ostenta a segunda maior tarifa do Brasil já há alguns anos. Há 20 anos não ocorrem novas licitações liquidando com a possibilidade de concorrência e, segundo consta, empresas estão circulando com prazos de concessão vencidos. Além desta situação que por si só já é gravíssima, basta uma pequena indagação aos porto-alegrenses sobre a qualidade dos serviços para receber como resposta uma enxurrada de reclamações. Ônibus lotados, em algumas linhas a higiene é discutível, descumprimento de horários, e outras tantas questões que não necessitam serem mencionadas. Reclamações devem estar empilhadas nos arquivos da EPTC, e nada acontece. É a partir destas constatações que as ações deste movimento passam a ter legitimidade apesar de o preço das passagens não ser desde alguns anos responsabilidade dos vereadores.

Estamos em ano eleitoral, à maioria dos integrantes da Câmara da Capital, salvo uma ou outra exceção, vai lutar pela reeleição. Normal. Legal. Porém, a questão que se torna gritante é sobre qual é o verdadeiro papel do vereador? Não é o de representar fiscalizando e cobrando do executivo ações permanentes e radicais em defesa dos interesses do povo? O fato de o aumento das passagens não ser atribuição oficial da Câmara não lhe tira a responsabilidade de intervir nos cálculos em nome dos eleitores/passageiros. A irritação dos vereadores com "grupos organizados" que acessam a casa do povo para cobrar atitudes não se justifica e, convenhamos, não é apenas na questão do transporte coletivo que existe uma lacuna na representatividade do Legislativo. Não!

A carência nos postos de saúde administrados pela prefeitura certamente mereceria uma atenção permanente, senão na questão de contratação de pessoal, questão de gerenciamento de responsabilidade do prefeito, com certeza deveriam manter olhos de águia sobre a aplicação dos recursos públicos, sobre o destino das verbas destinadas à saúde. Por este motivo primário e singelo, é absolutamente indefensável a posição daqueles que se negam a assinar a instalação de uma CPI para desvendar o destino de cerca de 9 milhões de reais até hoje desconhecido, repassado a Sollus. Será que alguns vereadores acham que 9 milhões não representam nada, ou não fazem falta nos postos, alguns bem precários?

A fala constante de todos os administradores quando recusam atender demandas do povo é sempre encerrada com a sinistra afirmação de que "não existem verbas". Não é verdade? Então, custa acreditar que alguns vereadores se recusam a instalar uma comissão de investigação para saber qual o destino de quase 6 milhões de reais que foram entregues à família de Ronaldinho Gaúcho (ou carioca?) para promover ações junto à jovens carentes da nossa Capital? Será que 6 milhões não ajudariam a tirar das ruas, do vício e da marginalidade algumas centenas de meninos e meninas? Apenas nestas duas questões somamos quase 15 milhões. Cadê o dinheiro? O gato comeu? E os vereadores consideram que não é relevante investigar a aplicação de todo esse dinheiro, uma verdadeira fortuna aos olhos da maioria dos eleitores? É certo que a forma de atuação do grupo Pula Roleta pode não ser a mais conveniente, porem é radicalmente democrática.

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