VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 27 de março de 2012

DE ESTILINGUE A VIDRAÇA

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - ZERO HORA 27/03/2012

Um dos mais combativos senadores da oposição, Demóstenes Torres (DEM-GO) afunda um pouco mais a cada dia com a divulgação das descobertas da Polícia Federal sobre suas relações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, personagem do primeiro escândalo do governo Lula, o que envolveu Waldomiro Diniz, braço direito de José Dirceu. Logo ele, tido e havido como um guardião da ética, sempre pronto a apontar o dedo para os adversários flagrados em atitude suspeita.

Demóstenes é procurador do Ministério Público, ex-secretário da Segurança Pública de Goiás, um homem até então respeitado por seus pares. É esse passado que torna mais difícil de aceitar a ligação com Cachoeira, notório contraventor.

Laços de amizade foi a explicação de Demóstenes para a primeira denúncia, a de que recebera, de presente de casamento, um fogão e uma geladeira importados, no valor de mais de R$ 20 mil. Quando a história veio a público, ele foi à tribuna se explicar e ganhou a solidariedade dos colegas. Sucederam-se outras denúncias, e agora os senadores cobram explicações. A PF descobriu que Cachoeira habilitou nos Estados Unidos celulares por satélite, para escapar dos grampos telefônicos, e deu um deles a Demóstenes. E que foram registradas mais de 300 ligações entre os dois.

Agora, veio à tona a informação de que há gravações confirmando que ele pediu R$ 3 mil ao bicheiro para pagar um táxi aéreo e que montou um caixa 2 de R$ 50 milhões para financiar a campanha eleitoral, ajudado por Cachoeira.

Ontem, três senadores foram à tribuna cobrar explicações de Demóstenes: Ana Amélia Lemos (PP-RS), Jorge Viana (PT-AC) e Pedro Taques (PDT-MT).

Presidente do DEM gaúcho, o deputado Onyx Lorenzoni se diz favorável à criação de uma CPI para investigar as ações do colega de partido e defende a saída de Demóstenes da liderança do DEM no Senado. Até Onyx estranha a demora do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em tomar providências sobre o caso.

– Gurgel não tem histórico de engavetador– afirma.

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