VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 19 de março de 2012

ARTICULAÇÃO DESARTICULADA

EDITORIAL ZERO HORA 19/03/2012


O fisiologismo explícito de integrantes da base aliada no Congresso merece condenação, mas sozinho não justifica a dificuldade que o governo vem encontrando para levar adiante projetos importantes para a nação. A falta de competência dos articuladores políticos também está na origem desta desarticulação, que precisa ser corrigida com urgência, para que o país não fique paralisado por conta de desacertos políticos. Tudo bem que a presidente Dilma Rousseff resista ao jogo de barganhas, mas os representantes do governo no Congresso precisam melhorar sua eficiência. Os problemas nessa área, que ficaram expostos com a sucessão de trapalhadas na última semana em relação à Lei Geral da Copa, precisam ser atacados de imediato, para evitar prejuízos generalizados ao país.

O caso da liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa é exemplar do que pode ocorrer quando uma base parlamentar já desarticulada percebe o governo titubear diante de um tema polêmico como esse. Assim como ocorre com a sociedade de maneira geral, parte da base aliada é contra concessões nessa área. A questão é que, ao definir a realização da Copa no Brasil, o Planalto se comprometeu, em 2007, com 11 pontos perante a Fifa. Entre eles, está justamente o de que não haveria restrição à venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante os jogos, reafirmado agora pelo governo ao dirigente da instituição. Se é difícil haver consenso em relação a um compromisso assumido internacionalmente, dá para imaginar o que pode ocorrer com outras questões de interesse direto dos brasileiros.

Em conversa com auxiliares na última semana, a presidente da República rechaçou a possibilidade de maiores consequências com a cisão na base, perguntando: “Crise, que crise?”. A questão é que, embora o vaivém sobre a liberação de bebida alcoólica na Copa tenha merecido maior destaque, os desdobramentos foram mais além. Primeiro, o Planalto não conseguiu o aval de um Congresso onde tem maioria a uma indicação para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Agora, segue às voltas com dificuldades para aprovar o Código Florestal, enquanto assiste a articulações de líderes do PMDB para mudar o orçamento, tornando-o impositivo – ou seja, o Executivo se obriga a cumpri-lo da forma como foi aprovado pelos parlamentares.

Depois de ter trocado os líderes do governo, a presidente da República precisa ficar atenta, agora, à atuação de seus negociadores no Congresso, evitando que o exame de temas de interesse coletivo seja prejudicado por disputas partidárias.

O Planalto não pode permitir que contendas de caráter meramente político possam se sobrepor à agenda do país.

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