VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

TÉCNICOS E POLÍTICOS

Cláudio Brito, jornalista - ZERO HORA 23/01/2012

A chegada de Marco Antonio Raupp ao ministério de Dilma Rousseff abriu o debate sobre o perfil da nova equipe de trabalho que resultará de uma pretensa reforma. Afinal, em razão das trocas anteriores, provocadas por motivos marcados por suspeitas quanto ao comportamento de alguns colaboradores, a reforma vem acontecendo há meses. Os ajustes finais viriam agora, no embalo das saídas dos que concorrerão às eleições municipais. Houve casos de substituição de um ministro por um servidor de carreira, outras mudanças sinalizaram reposições provisórias e agora, sim, na abertura do segundo ano de seu governo, Dilma partiria para estruturar sua verdadeira equipe, distanciando-se da herança deixada por Lula, seu primeiro eleitor. Mercadante, um professor, sai da Ciência e Tecnologia, onde tateia, passando a um terreno que lhe é menos acidentado, o da Educação. Dá espaço ao gaúcho Raupp, cuja atuação política desconheço, mas sei que é o “pai da matéria” nos arraiais dos cientistas. Algum sinal? Alguma tendência? Necessário dizer que, dias antes da troca, Dilma e Lula conversaram por mais de quatro horas. Prestação de contas, conversa entre criador e criatura ou mera coincidência?

Irrelevante o que possa significar o currículo deste ou daquele novo ministro. Sempre será um pedaço do reino político qualquer ministério ou secretaria. Raupp pode ser um técnico, mas não será por ausência total de instintos políticos que Dilma o incluirá em seu time. Vale para qualquer ministro. Raupp estará cercado de políticos. Outros, ao revés, serão puramente políticos e vão cercar-se de especialistas nas áreas em que deverão trabalhar. Não é isso o que mais importa. A reforma que deveríamos cogitar é outra, estrutural. Nem se cometa o exagero de 40 ministérios, como temos agora, nem sejam nove ou 10, como na Era Collor. No meio, está a virtude, sabe-se disso há séculos.

Vinte ministérios? Quem sabe? Fala-se agora em criação de um ministério das pequenas e médias empresas. Não cabe abrigar a demanda em ministério já existente? O da indústria e comércio é insuficiente? Precisamos de políticas públicas específicas, voltadas à formação de uma classe média fortalecida pelo empreendedorismo? Há ministério para o desenvolvimento. Escolha-se onde abrigar pequenos e médios empresários, mas não se precisa cogitar de outro ministério. O exemplo serve para todas as áreas onde se pensa em ampliar e inchar as estruturas, quando o recomendável é o oposto.

Privilegiar o concurso público, reduzir os cargos em comissão, diminuir o número de órgãos superpostos e focar na modernidade do Estado, que não precisa ser mínimo, mas não pode ser máximo. O Estado deve ser o suficiente para entregar à população a contrapartida adequada aos impostos que todos pagamos. Eficiência, transparência e comedimento. Bons parâmetros para uma reforma bem mais importante que a simples troca de ministros. Precisamos é trocar de modelo de Estado.

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