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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

MINISTRO DO TRABALHO: "EU TE AMO", "À BALA", AGONIA E A DEMISSÃO


DA DENÚNCIA À QUEDA. zero hora 05/12/2011

Ao antecipar-se a uma decisão da presidente, o ministro Carlos Lupi deixou o comando do Trabalho ontem. Depois de afirmar que só sairia do cargo “à bala” e de dizer “Dilma, eu te amo!, ele não resistiu ao último golpe: o parecer da Comissão de Ética Pública que recomendou o seu afastamento por suspeita de corrupção
Enredado em suspeitas de desvios de recursos públicos por meio de convênios assinados com ONGs, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, entregou o cargo ontem, 30 dias depois da divulgação da primeira denúncia contra ele.

É o sexto ministro que cai sob suspeita de envolvimento em corrupção. Até agora, apenas Nelson Jobim (Defesa) não integrou a lista da faxina – foi dispensado por declarações consideradas “inconvenientes” sobre colegas de governo.

Lupi não resistiu ao passivo de escândalos. Depois de perder o apoio do PDT, entrou em rota de colisão com o PT – que está de olho na vaga – e não conseguiu explicar à Comissão de Ética Pública as denúncias de cobrança de propina na pasta. O destino do pedetista havia sido selado pelo teor do parecer da autora do relatório da comissão. No texto, a jurista baiana Marília Muricy Machado Pinto afirmou que o ministro teve inquestionáveis e graves falhas à frente da pasta e recomendou a demissão do pedetista, na última quarta-feira.

Interlocutores de Lupi afirmam que o ministro teria pedido demissão a Dilma Rousseff na quinta-feira. Enfraquecido com o parecer da comissão, ele disse à presidente que não suportava mais a pressão. Lupi também expôs sua preocupação de que as denúncias contra ele contagiassem outros setores do governo.

– Não dá mais – teria desabafado.

Para surpresa do subordinado, Dilma solicitou que ele ficasse no cargo, pelo menos até ela retornar da viagem à Venezuela. Para se antecipar a uma demissão que considerava inevitável, Lupi retornou ontem à tarde a Brasília e apresentou sua carta de saída à presidente, “em caráter irrevogável”, em encontro no Palácio da Alvorada (leia trecho acima).

Depois de desafiar a Comissão de Ética, ganhar tempo e dizer que faria uma “análise objetiva” sobre o caso, Dilma chegou à conclusão de que não seria possível segurar o auxiliar até a reforma ministerial, prevista para ocorrer entre o fim de janeiro e o começo de fevereiro de 2012.

Com a queda de Lupi, o PDT espera reverter a imagem de partido conivente com a corrupção.

– Temos que lutar para tirar essa imagem de que o partido teve envolvimento em um esquema de arrecadação para pagar campanhas eleitorais – disse o secretário-geral do PDT, Manoel Dias.

Ministro interino sem aval do PDT

A presidente não quer que o PDT indique um novo ministro agora, pois pretende fazer um rodízio na partilha dos cargos e tirar o Trabalho do controle pedetista, na reforma da equipe. Diante do impasse, a tendência é de que o atual secretário executivo, Paulo Roberto dos Santos Pinto, assuma o comando do ministério, interinamente, até o início do ano que vem. Ele é filiado ao PDT, mas não tem aval do partido e muito menos de Lupi.

O Ministério do Trabalho foi um feudo petista no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por lá passaram Jaques Wagner (hoje governador da Bahia), Ricardo Berzoini (atualmente deputado federal) e Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo. Agora, petistas agem nos bastidores para retomar o domínio da pasta.

Sem ceder às pressões até agora, Dilma analisa a possibilidade de resgatar um desenho antigo da Esplanada e fundir Trabalho com Previdência. Nesse cenário, o PDT poderia ficar com o Ministério da Agricultura, hoje comandado pelo PMDB. O nome mais cotado para o posto, nesse caso, seria o do ex-senador Osmar Dias (PDT-PR), que também não tem chancela oficial do partido.

A briga entre a CUT, braço sindical do PT, e a Força Sindical, ligada ao PDT, é um importante ingrediente da crise que se abateu sobre o Ministério do Trabalho. Na guerra pelo poder, integrantes da Força dizem que Dilma desidratou a pasta dirigida por Lupi, levando as principais negociações para a Secretaria-Geral da Presidência.

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