VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O ESTADO INVIABILIZADO?


EDITORIAL ZERO HORA 29/11/2011 - O Estado inviabilizado

O peso da folha de pagamento, o custeio da máquina pública e o serviço da dívida impedem que o Estado invista em obras e serviços para a população. Apenas 5% de uma arrecadação superior a R$ 32 bilhões fica à disposição do governo para aplicar em obras, rodovias, construção de hospitais, escolas e presídios, ou para investir em outras melhorias nas áreas de saúde, educação e segurança. Não é de agora. Nos últimos 40 anos, o Rio Grande do Sul foi perdendo gradativamente sua capacidade de investir, principalmente em decorrência do crescimento das despesas com pessoal. Por isso, o Estado aparece entre os últimos colocados no ranking nacional de investimentos.

A cada início de governo, as pressões salariais das corporações de servidores fazem com que o governador abandone projetos e promessas de campanha para se transformar em gerente de recursos humanos. É o que está ocorrendo atualmente com o governador Tarso Genro, que neste primeiro ano de sua administração já enfrentou protestos de brigadianos, encara uma nova greve do magistério e logo terá que administrar a insatisfação dos delegados de polícia. Algumas dessas categorias merecem reajustes, especialmente para as faixas de menor remuneração. Mas todos sabem que a arrecadação é insuficiente para o atendimento de todas as demandas.

Outro problema de difícil solução é a previdência dos servidores públicos. Segundo estudo da Fundação de Economia e Estatística, em duas décadas a relação entre servidores ativos e inativos passou de dois e meio para um. Ou seja: há 20 anos, mais de dois servidores contribuíam para sustentar um aposentado ou pensionista. Atualmente, a base de inativos não para de crescer, obrigando o Estado a contratar mais servidores e a gastar mais. Por isso, é urgente a reforma da previdência, mesmo com a resistência de corporações que parecem não perceber a iminência do colapso.

Os empréstimos que o governo do Estado vem obtendo servem apenas para empurrar o problema para o futuro. Sem um redimensionamento da máquina administrativa, porém, não haverá futuro para o Rio Grande.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Ora, se "todos sabem que a arrecadação é insuficiente para o atendimento de todas as demandas", por que isto não é salientado quando o efeito cascata dos privilegiados em Brasília atinge os Estados e os municípios? Sim, o Estado precisa de focar investimentos em melhorias nas áreas de saúde, educação e segurança, e estas melhorias passam principalmente pela valorização dos servidores destas três áreas, e não basicamente por recursos materiais e tecnológicos. O texto original da constituição estabelece o teto salarial nos cargos do Poder Executivo e não no STF como prescreve uma emenda posterior. E é a máquina do Poder Executivo a prioritária entre as outras, pois deve ter a capacidade de transformar a lei em direito concreto para o povo e para isto precisa de servidores, obras e recursos materiais e tecnológicos. Agora, a alegação de "Estado inviabilizado" deveria ser feito para a União que leva a maior fatia dos impostos arrecadados nos Estados e Municípios, e para o Congresso Nacional, onde há uma massa extravagante de diretores e servidores consumindo dinheiro público em farras e salários bem acima do que ganham os diretores, chefes e servidores do Poder Executivo. Se houvesse um enxugamento de impostos, de congressistas e de servidores no Congresso, sobrariam dinheiro para pagar melhor os servidores da saúde, educação e segurança, os quais recebem os piores salários entre todas as áreas do servido público no Brasil.

Um comentário:

Jorge Bengochea disse...

JOSÉ APARECIDA DE CASTRO MACEDO - APOSENTADO/ASSINANTE DE ZERO HORA
SANTA MARIA - RS
Tue, 29 Nov 2011 21:33:59

Senhor editor do O Leitor.

A respeito do editorial "O ESTADO INVIABILIZADO" publicado na Zero Hora de hoje, 29/11/11, chama a atenção o seguinte: "o peso da folha de pagamento"; o custeio da máquina pública"; "o serviço da dívida"; "Nos últimos 40 anos..."; "outro problema de dificil solução é a previdência dos servidores públicos", "base de inativos não para de crescer...". Estou com 73 anos e quando piá, com 10 anos, de idade, no interior do Estado, onde meu falecido pai, servidor público estadual, servia, em conversas com personalidades do Município ouvia ele dizer "a coisa tá feia", "o Estado não tem dinheiro". Cresci ouvindo isso! Ingressei no serviço público estadual e continuei ouvindo a mesma "lenga-lenga", só que em nova versão...

Hoje aposentado, não mudou nada! Entra governo e saí governo e as desculpas são as mesmas, lógico com um ingrediente a mais: o apoio da imprensa, como atesta o editorial. A minha visão leiga sobre o assunto enfoca o seguinte: subsídios, incentivos fiscais, renúncias fiscais que conforme o BLOG POLÍBIO BRAGA 03 MAIO 2011 Renúncias fiscais já chegam a R$ 6 bi no RS O editor possui números que comprovam que as renúncias fiscais autorizadas até este momento pelo governo gaúcho somam a quantia de R$ 6 bilhões por ano.Isto corresponde a 40% da arrecadação anual do ICMS.

O economista Darcy Carvalho dos Santos tem estudos que comprovam que as renúncias fiscais locais não são superiores à média estadual nacional. Além de outros como a dívida ativa do estado, sonegação, corrupção, etc...

De uma colunista de um jornal de Porto Alegre, 26/08/11: Conforme a edição da revista Veja, do dia 11 deste mês: "Estimativas do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) relativo a 2008 mostram que as empresas sonegam anualmente cerca de 200 bilhões de reais. Somados os desvios das pessoas físicas, o montante sobe para 261 bilhões de reais - equivalente a 9% do PIB (Produto Interno Bruto) e mais que os orçamentos somados dos ministérios da Saúde e da Educação, e do Programa Bolsa-Família, de 156 bilhões de reais

40% da arrecadação anual do ICMS? Pode? Para os governos tudo pode... Estas cifras são deveras impressionante para mim, mas pelo visto, para o jornal, NÃO. Ainda tem a excrescência verba de publicidade que só serve para alimentar o ego e a vaidade de quem está no poder. Previdência? O IPE é para pagar PENSÕES e não proventos. Vejam o que diz a Lei.

Ah sim... Tem também os apaniguados do poder: Juizes, Promotores Públicos, Procuradores, serventuários da justiça, do MP, da PGE, Tribunal de Contas e os eternos militantes políticos com CCs AS, para estes não falta dinheiro, o que é justo, menos para militantes, e a questão é: e os demais servidores?

Paulo Feijó disse que o Estado gasta mal! Tem razão. 63 anos depois e as justificativas, não "justificam nada".