VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

ENXUGAR MINISTÉRIOS

EDITORIAL ZERO HORA 25/11/2011 - O ALERTA DO EMPRESÁRIO

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente do conselho de administração do grupo Gerdau e da Câmara de Políticas de Gestão do governo Dilma Rousseff, Jorge Gerdau Johannpeter, defendeu a racionalização da estrutura do Executivo a partir da redução no número atual de 38 ministérios. É impossível governar com tantos ministros, como observou o empresário, abordando um dos aspectos mais negativos do excesso, que é a dispersão e até mesmo a competição entre os ocupantes dos cargos. Pela reincidência de irregularidades, está claro também que o número absurdo de ministérios, alguns sem a menor relevância, acaba por propiciar apenas as oportunidades para a troca de favores políticos e a corrupção.

É difícil que qualquer argumento técnico justifique a existência de tantas pastas, muitas das quais com o objetivo encoberto de acomodar politicamente caciques e seguidores da coalizão governamental. Em 2002, quando Fernando Henrique Cardoso transferiu o governo a Luiz Inácio Lula da Silva, Brasília tinha 26 ministérios – e muitos especialistas em poder e gestão já consideravam um número excessivo. Lula criou mais 11 ministérios, e Dilma se encarregou de acrescentar mais um. São tantas pastas, que é impossível acomodar o pessoal de muitas áreas na Esplanada. Uma estrutura tão pesada faz com que a administração se torne mais hierarquizada, mais lenta e mais dispendiosa. O governo não ganha nada com tal gigantismo, e muito menos a sociedade.

Gerdau tem autoridade para avaliar as distorções, por se envolver diretamente com o encaminhamento das possíveis soluções para as deficiências da administração pública. São questões estruturais, que se agravaram nas últimas décadas, quando o Executivo andou na contramão das próprias decisões que tomava. É um paradoxo que o mesmo Estado que se desfez de muitos serviços, quando das privatizações, esteja ainda mais inchado de departamentos, de ministros, de chefes e de pessoal subalterno que muitas vezes não sabe direito o que fazer e em tantas outras não tem a mínima habilitação para as atribuições recebidas. Como observa o empresário gaúcho na entrevista, é absurdo que o governo disponha de 23,5 mil pessoas como assessores de confiança, em estruturas que são muito mais políticas do que administrativas.

As saídas passam pela redução no número de ministérios, pela melhoria da gestão e pela dispensa de CCs, para que se criem as condições para a profissionalização do Estado. O presidente da Câmara de Políticas de Gestão indica um caminho: que o governo se inspire nos quadros profissionais e eficientes do Banco Central, Banco do Brasil, Forças Armadas e Itamaraty. Todos são bons exemplos de eficiência e racionalidade administrativa. Para que as mudanças avancem nessa direção, é preciso que o governo expresse concretamente a determinação de substituir a cultura do compadrio pela da competência e da profissionalização.

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