VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

EFEITO JAQUELINE - UM PERDÃO MERECE PERDÃO


O EFEITO JAQUELINE. Um perdão que merece perdão? Deputados absolvem colega acusada de corrupção e recebem enxurrada de críticas na internet - MAYARA RINALDI, DIÁRIO CATARINENSE, 01/09/2011

A absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), na sessão da Câmara de terça-feira à noite, provocou reação imediata nas redes sociais e, novamente, uma discussão sobre ética, corporativismo e tolerância à corrupção. O perdão dos parlamentares à colega despertou a ira dos internautas. Apesar do sentimento de decepção, especialistas alertam que o caso deve servir para que a sociedade se organize cada vez mais contra os escândalos.

Para o promotor de Justiça Affonso Ghizzo Neto, idealizador da campanha O que você tem a ver com a corrupção?, não se deve deixar que o desânimo inicial se transforme na sensação de que tudo está errado e nada tem jeito. Segundo ele, esse discurso só contribui para o aumento da impunidade. O promotor afirma que o fato deve ser um exemplo para que a opinião pública reflita sobre questões como a votação secreta da Câmara.

– Se fosse aberta, a votação teria sido igual? Esse caso demanda um posicionamento da socidade. Ela precisa comprar essa briga – diz.

Ghizzo Neto divide em dois grupos os deputados que votaram pela absolvição de Jaqueline. Na avaliação dele, ou os parlamentares se identificaram com a acusação e ficaram com medo de ser acusados e condenados por situações semelhantes ou receberam algum benefício e votaram por conveniência política. Ghizzo discorda da tese da defesa de que o fato foi antes do mandato.

– Isso é balela. O que está sendo julgado é a ética e a moral para exercer o mandato político.

Reflexão e mobilização é, também, o que defende o vice-presidente da Associação Catarinense de Ciência Política, Sérgio da Silva. Ele diz que, mais um vez, o Congresso deixou a desejar e não exerceu seu papel fiscalizador. Ele entende que os exemplos de corrupção que vêm a público precisam de uma resposta da população.

– Está na hora dos eleitores manifestarem sua indignação publicamente, nas ruas – afirma Silva.

Para o professor universitário Flávio Ramos, doutor em Sociologia Política, a absolvição da parlamentar, filha do ex-governador do DF Joaquim Roriz, mostra a força do corporativismo dos políticos e, com isso, cada vez mais o Parlamento se distancia da sociedade.

– Parece que os parlamentares perderam o bom senso, não se preocupam mais com a opinião pública. O grau de passividade da população brasileira é muito grande. As pessoas aceitam como uma coisa natural, e isso é preocupante.

Na terça-feira, depois da absolvição, o relator do processo contra Jaqueline no Conselho de Ética da Câmara, deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), criticou o resultado da votação. Ele questionou se haveria a mesma atitude do plenário se fosse descoberto que algum deputado tivesse estuprado alguém.

– Se viéssemos a saber no dia de hoje, por imagens de vídeo, que determinado parlamentar praticou pedofilia, que ele matou, que ele estuprou, o que essa Casa iria dizer à sociedade brasileira? – afirmou o tucano.

Ontem, lideranças da oposição no Congresso fizeram um novo manifesto a favor da comissão parlamentar de inquérito da corrupção, para apurar suspeitas de irregularidades em diversos ministérios do governo. Até agora, a CPI conta com o apoio de 126 deputados e 20 senadores. Para sair do papel, precisa da assinatura de 171 deputados e 27 senadores. Estavam presentes no ato PSDB, DEM, PPS e PSOL.

Uma manifestante vestida de capeta protestou no Salão Verde da Câmara contra a manutenção do mandato de Jaqueline. Leiliane Rebouças conseguiu ficar por 10 minutos no local até ser retirada pelos seguranças, com o argumento de que não estava vestida apropriadamente, como determina o regimento. Além da fantasia, ela levava um cartaz que expunha seu protesto. “Senhores(as) deputados(as) que salvaram Jaqueline Roriz, vão para o inferno e que o diabo os carregue”.


Placar geral

- 166 pela cassação

- 265 contra

- 20 abstenções

Eram necessários: 257 votos para decretar a perda do mandato

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É mais uma prova que a maioria dos Deputados toleram a corrupção e são coniventes com os corruptos dentro de seus quadros. Os deputados que se dizem honestos não podem ser álibis da bandidagem, mas já que aceitaram a votação secreta, por suposição fazem parte da mesma camarilha dos que votaram na absolvição da mensaleira do DEM. Nenhum deputado pode falar mal do mensalão do PT. Resta ao povo colocar o nariz de palhaço e de patrocinador da corrupção.

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