VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O PASSO CERTO NA DIREÇÃO ERRADA

Querer agradar a todo mundo é a melhor forma para a todos desagradar.

A sabedoria popular é inalcançável nos seus modos de ensinar. Tem quem acredita que, por ser popular, tal densidade civilizatória deva ser desprezada.

Nos rincões do Rio Grande, o gaúcho ensina que cachorro de dois donos morre de fome; Pancho Villa já disse que não se galopa em dois cavalos ao mesmo tempo; e a fé ensina que ninguém serve bem a dois senhores. Querer agradar a gregos e a troianos é um desejo político, no mínimo, míope e, no máximo, arrogante e autocentrado.

Tantas são as mudanças merecidas pela nossa gente e para o nosso Estado. Terras, para os sem-terra; salários, para brigadianos e professores; estradas, para a produção; energia, para a indústria; ponte, para chegar ao porto; educação e tecnologia, para ganharmos o futuro; preços agrícolas, para não matarmos o campo; política industrial, para agregar valor; inteligência e humildade, para nascermos outra vez.

Trilhar o caminho pressupõe decisão, e esta constitui-se pela escolha. Escolher significa perder. Entre duas caras, só posso ficar com uma, ou seja, a perda se estabelece pela cara abandonada. Não há como, num mundo plural, querer ser total ou totalizante, pois o risco do autoritarismo será presente ou potencial.

Assim, as discussões sobre a previdência pública não podem ser jogadas para um segundo plano e, mais do que isso, não podem ser tratadas a partir de um posicionamento que se pretende universal, ou, por outra, com duas caras. O governo do Estado precisa anunciar a sua escolha, precisa dizer de que lado está. Os gaúchos precisam saber os motivos reais que sustentam este ou aquele posicionamento político.

Disseram que as tais reformas na previdência pública viriam a partir das discussões entrelaçadas pela “sociedade representada” no Conselhão. Não é o que vemos. Há um núcleo, um centro, especializando-se em balões de ensaio e em medição de reações públicas. Este mesmo núcleo palaciano, como o quero-quero, canta de um lado porque o ninho está montado do outro. Esta prática política compromete, inclusive, o que chamam de “base aliada”.

Enfrentar o tema árido da previdência pública é condição para vencer as mazelas estruturais que fazem o Rio Grande crescer como o rabo do cavalo. O passo está certo! Todavia, querendo agradar a todo mundo, o governo do Estado põe-se na direção errada.

RICARDO GIULIANO, DOUTOR EM DIREITO, ESCRITOR - ZERO HORA 18/05/2011

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