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domingo, 3 de abril de 2011

MENSALÃO - COFRES PÚBLICOS ABASTECERAM DEZENAS DE POLÍTICOS


COFRES PÚBLICOS. Relatório da PF revela esquema do mensalão.Documento foi produzido por determinação do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo - ZERO HORA 03/04/2011

Com 332 páginas, o relatório final da Polícia Federal (PF) sobre o caso do mensalão do PT indica que o dinheiro usado pelo empresário Marcos Valério de Souza veio dos cofres públicos e traz novas provas e acusações contra dezenas de políticos. O documento foi produzido a partir de uma determinação do ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme reportagem da Revista Época desta semana, o segurança Freud Godoy, que trabalha com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde 1989, admitiu à PF que recebeu R$ 98 mil de Marcos Valério. Disse que se tratava de pagamento dos serviços de segurança prestados a Lula na campanha de 2002 e durante a transição para a Presidência.

Rastreando as contas do valerioduto, os investigadores comprovaram que um assessor do hoje ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, recebeu um cheque de R$ 247 mil de uma das contas da SMP&B, de propriedade de Valério, no Banco Rural em agosto de 2004. Ouvido pelos delegados, Rodrigo Barroso se recusou a dar explicações.

Outro que recebeu dinheiro de Valério foi o ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB-MG).

Segundo a Época, o banqueiro Daniel Dantas tentou garantir o apoio do governo petista por intermédio de dinheiro enviado às empresas de Valério. Depois de se reunir com José Dirceu, então ministro da Casa Civil, Dantas recebeu do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, um pedido especial de ajuda financeira: US$ 50 milhões. Conforme a PF, a propina foi aceita.

De acordo com a revista, apurou-se que houve duas fontes de recursos para bancar o mensalão e as demais atividades de Marcos Valério: dinheiro público proveniente de contratos com ministérios – o principal canal de desvio estava no Banco do Brasil, no Visanet, destinado a ações de marketing do cartão da bandeira Visa – e contratos de lobby com empresas dispostas a se aproximar da Presidência – caso do Banco Rural, que tentava obter favores do Banco Central e do banqueiro Daniel Dantas, que precisava do apoio dos fundos de pensão das estatais.

A revista Época informa ainda que nas eleições de 2004, Marcos Valério repassou recursos a duas outras candidaturas do PT em São Paulo: a de Emídio de Souza à prefeitura de Osasco (R$ 189 mil) e a do hoje deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, à prefeitura de São Bernardo do Campo (R$ 17 mil).

O escândalo do mensalão veio à tona em 2005, terceiro ano do governo Lula. Segundo o então federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), o governo federal repassava dinheiro a deputados e dirigentes de partidos aliados em troca de apoio no Congresso. Foi o próprio Jefferson quem cunhou a expressão “mensalão”. A denúncia levou a três CPIs no Congresso e à queda de Dirceu.

COMO FUNCIONAVA E COMO OCORREU O ESQUEMA

ETAPA 1 - A ORIGEM DOS RECURSOS

Fonte primária - Contratos de publicidade das agências de Marco Valério com órgãos do governo federal. Esses contratos teriam sido superfaturados e a maioria dos serviços não era prestada.

Fonte secundária - Dinheiro proveniente das atividades de Marcos Valério como lobista junto ao governo do PT. Esses recursos eram provenientes do Banco Rural e da Brasil Telecom, então comandada por Daniel Dantas.

ETAPA 2 - A LAVAGEM

Marcos Valério contraiu empréstimos, cujo objetivo era justificar legalmente a origem dos recursos e dar cobertura a eventuais fiscalizações de órgãos de controle.

ETAPA 3 - A DISTRIBUIÇÃO

Depois de transitar pelas múltiplas contas bancárias, o dinheiro público estava pronto para ser encaminhado a quem o comando do grupo ordenasse. As ordens, segundo Valério, partiam dos petistas Delúbio Soares e José Dirceu.

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