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sábado, 30 de abril de 2011

CASO BANRISUL - O PAPEL DOS TESOUREIROS PARTIDÁRIOS

CASO BANRISUL. MP expõe papel dos tesoureiros. Denúncia afirma que dois responsáveis pela arrecadação de siglas e de campanhas teriam sido essenciais para manter esquema. ADRIANA IRION E LETÍCIA DUARTE, ZERO HORA 30/04/2011

Ao detalhar o modo de operação do grupo suspeito de desviar pelo menos R$ 5 milhões no Banrisul, o Ministério Público apontou que dois tesoureiros de partidos teriam sido fundamentais para a manutenção do esquema. Ao lado de outras 23 pessoas, foram denunciados Rubens Bordini (PSDB), que coordenou a arrecadação de campanhas de Yeda Crusius, e Rodolfo Rospide Neto (PMDB), militante histórico e gestor das finanças do partido até o final do ano passado.

Ambos foram enquadrados por formação de quadrilha e peculato. Ouvidos por ZH na edição de ontem, os dois negaram qualquer envolvimento com a suposta fraude.

Bordini, que à época da investigação era vice-presidente e diretor de marketing do banco, teria se valido dos cargos para ajudar a manter a fraude e receberia parte dos valores desviados, segundo o promotor Tiago de Menezes Conceição. Amigo de Yeda, o economista a conhece desde 1986, quando foi seu aluno na UFRGS. Após a vitória de Yeda na campanha, foi indicado para o banco.

Já Rospide, que atuou como assessor da presidência do Banrisul quando Fernando Lemos era o presidente, é destacado na denúncia como a pessoa que teria usado contatos políticos “para estabelecer e manter o esquema de desvios e apropriação de recursos do Banrisul, primordialmente por meio do pagamento de ações de marketing superfaturadas.” Fundador do PMDB, Rospide também foi secretário-geral da sigla.

O MP registrou que, a partir da apuração, teria sido possível desnudar a “orquestração política, no caso envolvendo o ‘velhinho’ do PMDB (que seria a apelido de Rospide Neto, segundo o promotor), que sustentou a contratação das agências DCS e SLM e das empresas de Davi Antunes de Oliveira”.

Contra Bordini, o MP afirmou ter registros de distribuição de pagamentos. “Na sede da Conexão Sul, por exemplo, foram localizados arquivos eletrônicos que contêm apontamentos de distribuição de dinheiro das empresas comandadas por Davi Antunes de Oliveira em favor dos denunciados Rubens Bordini e Walney José Wolkmer Fehlberg”, diz a denúncia na página 260. Fehlberg era superintendente de marketing do banco e também está entre os réus.

Ex-dirigentes suspeitos constrangem partidos

Embora admitam constrangimento diante do envolvimento de dois ex-tesoureiros na denúncia aceita pela Justiça, líderes do PMDB e do PSDB não cogitam expulsá-los. Se dizendo surpreendidos, adotaram um discurso cauteloso, invocando o princípio da inocência.

Reconhecido como um dos colegas de partido mais próximas a Rospide Neto, o senador Pedro Simon (PMDB) disse que até ontem à tarde não tinha qualquer informação sobre o caso.

– Estou sabendo por você, porque estou em licença saúde e não tenho lido jornal. Mas é estranho, tenho confiança muito grande no Rospide – disse ele.

O presidente do PMDB, Ibsen Pinheiro, não retornou as ligações de ZH para comentar o episódio. Para o presidente do diretório de Porto Alegre, Sebastião Melo, é preciso investigar “toda e qualquer denúncia”, mas seria precipitado impor punições:

– Financiamento público é um problema sério e histórico em todos os partidos, tem muita prestação de contas que é de “faz de conta”. Por isso, é preciso reforma política. Mas Rospide é meu companheiro antes da denúncia e depois da denúncia.

Novo presidente do PSDB, o deputado Nelson Marchezan Jr. salientou que atualmente Rubens Bordini não tem qualquer cargo no partido, por isso não seria necessário seu afastamento.

– É um filiado, que terá de responder pelos seus atos se cometeu irregularidades no passado. Isso não é algo confortável, mas não posso responder pelas outras gestões – afirmou.

Segundo o presidente do diretório municipal do PSDB, Mario Manfro, o envolvimento de Bordini será discutido segunda-feira, em reunião previamente agendada entre os comandos municipal e estadual:

– Pela gravidade, temos de buscar uma diretriz do comando estadual. O PSDB tem sido muito massacrado, mas faltam muitas provas.

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