VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O PIOR DOS ARGUMENTOS


PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - O PIOR DOS ARGUMENTOS - ZERO HORA 24/01/2011

Desde que o tema da pensão aos ex-governadores passou a ser discutido em todas as rodas de conversa, ouve-se uma enxurrada de argumentos contra o benefício e uns poucos em defesa do pagamento de uma aposentadoria vitalícia. Nenhuma justificativa para o pagamento da pensão pode ser pior do que a mais repetida, a de que é preciso dar essa segurança ao governador para que ele não se corrompa no exercício do mandato.

Quem usa essa justificativa está dizendo nas entrelinhas que os agentes políticos são intrinsecamente corruptos. Que, se o governador não tiver uma renda garantida ao final do mandato, fará negociatas, aceitará comissões ou venderá favores para fazer um pé de meia. Trata-se de uma generalização criminosa: a política tem pessoas honestas, capazes de disputar uma eleição por acreditar que podem fazer melhor para o seu Estado e que ao final do mandato poderão ou não retomar suas atividades anteriores ou receber convites para outras, no setor público ou na iniciativa privada.

É inegável que dependendo da profissão – e da idade – o ex-governador não terá condições de retomar a carreira, mas a prática mostra que outras portas se abrem. Pode ser um novo mandato, convites para fazer palestras remuneradas, emprego no setor privado, cargo de confiança na administração pública.

Usar o argumento de que sem pensão o governador pode se corromper equivale a dizer que, por ganhar muito mal, o professor está autorizado a cobrar propina para passar um aluno de ano. Ou que o policial rodoviário pode aceitar dinheiro de um motorista infrator para não aplicar a multa. Ou que a maioria absoluta dos servidores públicos está sujeita a vender a alma, embora todos tenham a segurança da aposentadoria integral.

Por essa lógica tortuosa, o empregado do setor privado estaria sempre na iminência de se corromper porque não tem estabilidade e na aposentadoria a maioria sofre brutal redução nos seus ganhos. Não é justo insinuar que as pessoas comuns só não se corrompem porque não têm a caneta na mão para assinar medidas de impacto.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Se salários elevados são argumentos para evitar a corrupção, o que dizer da venda de sentenças, das farras com dinheiro público, das emendas fantasmas, do aliciamento de laranjas, do mensalão, do mensalinho do DF, dos desvios em licitações, dos fundos de pensão, da pensão vitalícia imoral, dos sanguessugas e do uso indevido do cartão corporativo, entre outros crimes que violam o dever funcional, os recursos dos cofres públicos e a probidade administrativa?

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